E em que ponto da minha vida (a de Pi, portanto) começa este blog? Vamos por partes/posts para não cansar.
Estou desempregada desde final de junho. Estou, sim. Ao fim de sete anos no mesmo lugar, cinco dos quais à frente a minha equipa, saí. Acontece, e a mim aconteceu. Não me apetece sequer lembrar dos últimos dias, ou o dia em que soube que teria de sair.
Agora vou procurando, e dedico-me ao que gosto e não tinha tempo (ou paciência) para fazer quando estava a trabalhar das 9 às 6 (e mais, claro, já se sabe que 9/6 nunca é só isso) do outro lado da cidade, com uma hora de caminho para cada lado. Eu gostava da minha equipa, e gostava de trabalhar onde trabalhava. Mas o tempo, o tempo desperdiçado entre casa e trabalho, é uma coisa que sempre me atormentou e esgotou. Um dia se tiver de voltar a ser, pois será, mas por agora é assim que estamos de memórias.
Estando sem trabalho, fiz o que se deve fazer. Fui a um centro de emprego inscrever-me e de caminho pedir o subsídio de desemprego a que tenho direito. Eu juro: eu colaboro, faço o que mandam e pedem. Entro no esquema: descontei, tenho direito ao subsídio. Até espero avaliação de critérios e oks e tudo. Entreguei tudo e o centro enviou para a segurança social.
Umas semanas depois liguei para a segurança social para saber se estava tudo bem, e claro, cabeça no ar, nem me lembrei de fechar actividade nas finanças, e por isso que não, ainda não estava tudo ok, tinha de fechar (lógico, tão lógico e tão esquecimento meu que me apeteceu dar uma cabeçada na parede). Lá fechei tudo, paguei o que tinha a pagar.
Dias depois, volto a contactar a SS (deixem-me chamar assim, fica entre nós) e sim senhora, desta feita estava tudo conforme, as espectaculares Finanças passaram a informação correcta e atempadamente. Fiquei tranquila e esperei pelo fim de agosto. Nada. Ok, espero pelo fim de setembro, pode ser que seja o sistema e assim, as coisas têm prazos e tal.
Entretanto, a 13 de setembro saiu sorrateiramente uma carta da SS para minha casa, que recebi uns 4 dias mais tarde, e dizia que eu tinha de provar que não estou a trabalhar. Espectacular. Ora, se em agosto a própria SS me disse que estava tudo certo, isto deve querer dizer que alguém foi de férias com a carta por enviar, e quando voltou retomou o trabalho sem consultar a informação actual. Este é o cenário mais organizado que me ocorre, nem quero pensar muito no que terá acontecido. Bom, novo contacto, que estava tudo bem, que não havia motivo para receber a carta "mas já que recebeu, vou pedir que responda". Pois claro, nem eu pretendo deixar pontas soltas, não se preocupe. Lá enviei tudo, não recebi nada em setembro, claro, e agora aguardo por outubro. Não os vou largar, mas se o que dizem ao telefone não bate certo com a correspondência com vontade própria que por lá paira, não sei muito bem que esperar. Acho que até ao fim do mês estou a calmantes.
O que não funciona de um lado, do outro vai andando. O centro de emprego já me chamou uma vez, faço as apresentações quinzenais pertíssimo de casa, e tenho uma formação a meio de outubro. Tudo deveres, direitos ainda nada. Tudo bem, eu alinho. Espero é começar a receber o subsídio enquanto não tenho um emprego.
Irrita-me porque se tudo corresse bem, eu não teria de me sustentar com a indemnização que recebi. Poderia aplicá-la, usá-la para o que me apetecesse. Assim, tem-me pago a renda de casa e as contas de fim do mês. Deprimente, oiça... Se eu pudesse voltar a julho e pressionar de forma a que tudo fosse diferente, era o que fazia. Mas não se pode, avancemos.
Pronto, está feito o post mais sério do início do blog. Espero ter boas notícias no fim do mês, não está fácil agora.
Segue-se o lado mais cor de rosa destes meses.