A morte nas redes sociais
Pi, 06.12.13
Desde que ando pelas redes sociais estou ainda mais em contacto com opiniões e reacções. Muito mais gente a reagir ao mesmo tempo do que nalgum emprego por exemplo que tenha tido. Normal, tal como normal é o choque e a divergência. E na morte é igual. No essencial, quando morre alguém temos: quem quer ser o primeiro a dar à noticia, ser o RIP primeiro. Depois quem se manifesta, porque soube e tem pena, ou soube simplesmente, tudo é legítimo. Na segunda leva, os elogios menos apressados, umas linhas em homenagem a quem morreu. É comum o cliché, mas também há quem saiba de quem fala. Continua a ser tudo válido. Depois, claro, quem está contra. Dividem-se em dois grupos: o dos fartos, quem não tem pachorra para não ler mais RIPs e elogios, que esteve a ver passar nas ultimas horas e protesta. Não deixa de ter razão, ou motivo, vá. E os contra mesmo contra, os do "não era assim tao boa pessoa". Normal, tudo normal. Embora me irrite um bocadinho o tipo de comentário "também morreu o amigo do Paul Walker, mas desse ninguem quer saber", isso é só ser palerma. Mas vá, tambem vale. Há ainda o delicado campo do humor nestas alturas. Mas não tem ordem de entrada. Umas vezes é logo, outras mais tarde. Eu respeito quem não consiga rir, quem não veja piada. Mas esse grupo invarivelmente não respeita quem faz um gracejo na hora da morte. E dito assim percebo que não pareça ter grande cabimento. Mas tudo depende, é ter uma conta de twitter e ver o que se passa nestes dias. O ciclo da morte nas redes sociais é mais ou menos este. Mas calma, hoje foi Madiba e não vi humor com isso, só que tinha este post por fazer há bastante tempo. A minha "primeira morte" no twitter foi a de Carlos Castro e nem vale a pena voltar a esse dia em que de melhor pessoa do mundo à piada mais cruel se viu de tudo. De lá para cá vejo que é sempre assim e nunca me chocou. Se a pessoa me diz mais e por isso uma piada me incomoda, simplesmente não lhe acho graça, passo ao lado, não entro pelos olhos das pessoas dentro. Essa é a única coisa que não devia valer.
Hoje há um respeito maior que tudo o resto. As piadas ou comentários que leio não são tanto a Mandela mas a outros bastante inferiores a ele e que pouco ou nada aprenderam com a passagem dele pelo mundo.
Enviado a partir do meu smartphone BlackBerry® www.blackberry.com
Hoje há um respeito maior que tudo o resto. As piadas ou comentários que leio não são tanto a Mandela mas a outros bastante inferiores a ele e que pouco ou nada aprenderam com a passagem dele pelo mundo.
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