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Da vida de Pi

Da vida de Pi... nilla. Vivo de ler e escrever. De ler escritas, de escrever leituras, de debater termos e criar frases. Aqui escrevo da vidinha. Vidinha de Pi, é isso.

Da vida de Pi

Da vida de Pi... nilla. Vivo de ler e escrever. De ler escritas, de escrever leituras, de debater termos e criar frases. Aqui escrevo da vidinha. Vidinha de Pi, é isso.

Troveja. E eu

Pi, 27.09.14
Sempre que troveja durante o dia penso que ou ouvia mal em criança ou a trovoada era uma coisa da noite.  Não era, eu sei, só digo estas coisas para suaves efeitos de comicidade. A natureza não escolhe a hora de nos rebentar em cima, eu sei.  Medo não tenho, é só mesmo esta estranheza e ouvir trovões à luz do dia. Manias. 

Enviado de Samsung Mobile

Tony Carreira. Vai ser assim

Pi, 26.09.14

Eu e a T somos amigas há muitos anos. Desde os 15 anos que somos muito amigas. E somos e sempre fomos amigas sem precisar de agradar uma à outra em gostos e outros. Sempre fomos diferentes, temos gostos opostos em quase tudo, mas destaco a música e o tipo de homem. E aqui resume-se a nossa divergência numa só pessoa: Tony Carreira. A T sempre foi fã, desde que me lembro, desde que ainda havia Made in Portugal na RTP e ele cantava o "Ai destino" que ela o achava lindo e cantarolava as músicas dele. Made in Portugal que eu também fazia questão de ver, proporcionava bons serões no café ao domingo à noite com os amigos e em casa com o meu irmão: cantávamos, comentávamos, riamos. E o objectivo em tudo na vida devia ser rir. 

Depois não posso deixar de parte a contribuição do meu irmão para o meu conhecimento das músicas do senhor. Tudo junto ainda foram umas horas valentes de letras e melodias a entrar-me ouvidos dentro. E estas músicas entranham-se. Instalam-se e ficam-nos na memória, um dia acordamos e estamos a cantarolar também. Sem dramas, até acho graça. 

De lá para cá, o Tony Carreira é o fenómeno de popularidade que se sabe, e eu acho fascinante estar tudo pensado ao pormenor, até ao botão da camisa que deve estar fechado ou não, um rapaz romântico e atinado na camisa e no penteado, o sonho de mães e sogras, filhas e noras. Acho piada, pronto, não ofende, não maça, e há de facto público para tudo. Este público também merece ter os seus dias de corrida a bilhetes e noitadas para ter lugar.

Voltando à T, vem de há um tempo a conversa "um dia vais comigo ver o Tony, eu ofereço o bilhete!" e eu, está bem. Foi assim que chegámos ao dia de hoje, estão comprados os bilhetes para dia 1 no Meo Arena. E vou, vou com todo o gosto acompanhar a minha amiga no que ela já diz que vai ser o "terceiro melhor dia da minha vida!"

Depois faço reportagem em post. Entretanto, vou ensaiar.

 

"Tudo aquilo que sou, um menino sonhou e hoje eu vivooooo..."

A extraordinária capacidade das pessoas

Pi, 23.09.14
Para ao ficarem entaladas na porta do metro (outra vez hoje, menos dramático), esperarem calmamente, e acima de tudo sem terror no olhar, que a porta volte a abrir, confiantes que o metro não arranca com meio corpo fora. E se calhar não, mas eu morria só de pensar. 

Enviado de Samsung Mobile

Pessoas que correm para o metro, parem com isso

Pi, 16.09.14
Não é por mim, eu não corro, afasto-me e deixo-vos passar.  Mas ontem vi uma senhora entrar na última porta, escorregar, não só ficar entalada nas portas, como com uma perna entre o metro e a plataforma. O menu completo.  Foi um senhor que lhe pegou debaixo dos braços e nos longos segundos em que o ar me faltou, a tirou de lá, enquanto a senhora suplicava um sumido "o senhor não arranque". Alguém tentava fazer sinal que chegasse ao maquinista, mas a coisa lá se resolveu sem demoras no horário. A senhora seguiu viagem, nós prosseguimos o caminho para fora da gare.  "Não vale a pena (correr)",  disse-me o herói - o herói sim, porque o foi - quando já subiamos as escadas.  E não vale, vejam lá isso. 

Enviado de Samsung Mobile

Ia contar uma coisa mas agora digo isto

Pi, 09.09.14
Eu tenho ali nos rascunhos um post sobre um estampado floral numa camisola que a um amiga fica a matar,  e a uma pessoa que vi hoje no caminho ficava a coisa mais pirosinha do mundo. Está nos rascunhos à espera de maior comicidade, que só me saiu no início (dizia assim:  "A camisola é navy -  ainda digo azul escuro mas o corrector insiste" hilariante, eu sei). Adiante.  Vim tomar um café e constato logo duas coisas. Sou assim, os hábitos dos outros alimentam-me a mente e a escrita (não é um bocadinho isso, escrever? Tenho para mim que sim). Mas passemos à primeira constatação: na tv, num dia programas da manhã, a legenda "Leonor tem uma cicatriz no queixo desde os nove anos". O tema deve ser cicatrizes, claro, mas a legenda assim solta, sem som, é só isto. Olho para a Leonor e não avisto a dita. Preciso de óculos, e não é de hoje. De qualquer forma não há um queixo deformado, nem sequer diferente dos outros.  Segunda constatação. A umas mesas de distância, um grupo veio também à pausa da manhã.  Quando se vão embora a mesa fica vazia, uma ou outra cadeiras por arrumar: já dominanos esta coisa do levantar o próprio tabuleiro, mas a ancestral tarefa de arrumar a cadeira continua a pertencer só aos mais sábios e civilizados. 

Enviado de Samsung Mobile

Guilty pleasure

Pi, 06.09.14
Disclaimer: não é sobre ti, não és caso único xoxox

Outro disclaimer: isto é muito uma alergia minha, admito

Quando alguém te pos de parte sabe-se lá porquê (também já não quero saber) e sabes que só se exprime por clichés e frases feitas. De uma só vez duas: não perdeste nada, e o resto do mundo também não vai ganhar.  O mesmo vale para quem puseste tu (não sou santa). É a vidinha. 

Enviado de Samsung Mobile

Sou o meu próprio comic relief

Pi, 03.09.14

Eu conto. E guardo aqui. Porque um dia a vida será sem episódios destes e eu vou rir e pensar "mas que disparate era aquele de achar que era a Bridget Jones?".  A manhã não estava fácil. Além da pressão diária que venho a sentir, notícias menos boas chegaram via chats e redes sociais. Aquelas coisas que ainda não matam mas já ultrapassam o moer. Estava a ser uma manhã nublada no mínimo. 

Não melhorou, mas nem eu consigo levar-me a sério quando me acontecem estas coisas: fiquei fechada na casa de banho do trabalho. A fechadura está solta, eu dei a volta à chave, esta veio atrás da minha mão e caiu no chão. Do lado de fora.  Como é que eu faço esta coisas? Não sei, mas fazem estudos sobre tudo, podem avançar com mais este.  Primeiro pensamento: aguardar,  alguém há-de chegar. Segundo pensamento: a abordagem. Ainda não tenho muita confiança com as pessoas,  ainda não as reconheço pela voz e passos,  muito menos pela forma como abrem portas. E entrando alguém, que digo? “olhe desculpe,  não sei quem está aí,  mas pode ver se está uma chave no chão?" e as pessoas perceberiam logo, não pensariam que eu estava ao telefone? Eu nunca levo o telefone para a casa de banho e muito menos falo em tal local, mas nós não nos conhecemos, sabem lá se sou pessoa de estar ao telefone ali. Mil e uma hipóteses me passaram pela cabeça e nem uma pessoa apareceu. Que fazer? Começar a chamar nomes aleatoriamente? Bater na porta? Dizer socorro estava fora de questão. Subir e saltar o cubículo? E se alguém aparecesse nesse preciso momento? Ainda bem que ninguém me esperava para almoçar hoje. O almoço! Todos iriam almoçar e eu ficaria ali até às duas da tarde. 

Não subi a porta mas desci-a. Como não chega ao chão, quando o pânico social passou lá consegui raciocinar. A chave não tinha demorado a cair nem feito barulho de ir longe,  "pode ser que esteja perto". Baixei-me,  espreitei e ali estava, perto da porta,  e a uma distância que com esforço consegui superar. Não sem antes pedir ao deus dos braços curtos e pulsos gordos que se deixasse de gracinhas nesta hora. Abri a porta e saí no preciso momento em que chegou alguém. 

 

- olá, bom dia. 

- olá, tudo bem? Até já.  Enviado de Samsung Mobile

"Vai correr tudo bem, eu sei". E como, pergunto

Pi, 03.09.14

 

A leviandade com que se diz e escreve "Nós sabemos que vai correr tudo bem". Sabem como? Sabem nada. Posso ser eu com a densidade emocional de um muro, eu que nunca fui de feelings e continuo a não ser. Acredito mas raramente tenho certezas sobre os destinos dos outros. Posso também ser eu que levo tudo demasiado à letra, no fundo sei que as pessoas só querem mostrar que estão solidárias. Mas a certeza dos outros é uma coisa de que fujo, o perigo de me agarrar a ela é enorme, e ela ser falível idem, prefiro não a ver.
Uma flor no cabelo, um por do sol, um hino não trazem melhor ou pior sorte a ninguém. Tal como fechar-se a tudo isso não trará necessariamente a penumbra ou a felicidade eterna. As coisas são aqui e agora, e ninguém pode saber se vão muito correr bem ou muito mal. Há dez dias estava tudo bem, hoje está tudo mal. Não é nada que me seja próximo, ou muito próximo, mas a mediatização trouxe-os até mim e acompanho. A medo, muito medo, com uma distância segura e de muito respeito por tudo porque mais perto de mim há semelhante.
Fácil, facílimo passar numa rede social e deixar um "Eu sei que vai correr tudo bem" e quando corre tudo mal, oops, estranho, eu tinha tanta certeza... Não se confundam: esperança, fé, o que queiram, é uma coisa e cada um tem a que quiser, em quantidades astronómicas se assim o entender e tiver forças. Por certezas tenho muito respeito e não acredito em todas, se é que nalguma.

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