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Da vida de Pi

Da vida de Pi... nilla. Vivo de ler e escrever. De ler escritas, de escrever leituras, de debater termos e criar frases. Aqui escrevo da vidinha. Vidinha de Pi, é isso.

Da vida de Pi

Da vida de Pi... nilla. Vivo de ler e escrever. De ler escritas, de escrever leituras, de debater termos e criar frases. Aqui escrevo da vidinha. Vidinha de Pi, é isso.

Sinais dos tempos talvez, mas oponho-me

Pi, 25.11.14
Eu nem devia contar isto, devia mesmo esquecer que o ouvi, mas vá.  Vinham duas miúdas à saída do comboio e falavam nas ligações entre os transportes de cada estação. Autocarros numas, comboios noutras, uma delas reagia com grandes espantos. - pois, em Alcântara liga com outro comboio. - ai é?!  - ya, é tipo bué estranho.  Perdi parte da conversa, e quando as voltei a ouvir decorria o seguinte diálogo: - tas a ver o sítio do Starbucks? E à frente é o teatro d. Maria não é? Aí, no edifício onde é o Starbucks, tipo lá dentro, há sitio para apanhar comboio.  ... ...  ...  ...  A preguiça de dizer estação ainda vá. A estação do Rossio ser o "edifício do sítio onde é o Starbucks" é que me matou. 

Enviado de Samsung Mobile

Greves e teorias

Pi, 24.11.14
Do que mais gosto em dia de greve, são os teóricos e técnicos na matéria. Um pouco como em tudo o que acontece, mais do que opiniões há sempre muitas certezas sobre o que se pensa. Pena não haver convicção assim para o que realmente importa. Adiante.  Hoje, o comboio. Vi horários no site e cheguei um pouco antes da hora do comboio preciso à estação. Chegou antes e por estar cheio passei para o do lado que costuma sair no minuto seguinte. Em dia de greve pode não ser assim mas arrisquei.  Ao meu lado uma senhora, saída do primeiro comboio, que num sentar-se desabafador atirou: "vamos lá apanhar uma seca neste". Respondi um "pois..." de quem sabe lá mas também não quer que seja verdade.  O comboio ao lado saiu e mais duas pessoas nos bancos à nossa frente comentavam comboios - também há sempre este número "eu nunca ando de comboio, quando ando há sempre coisas destas" - e a minha vizinha foi logo solicita no espalhar da desgraça: "ah, isto agora para este sair ainda tem de vir outro. Que ele não sai daqui tão cedo."  Ouve-se o sinal de partida do comboio.  "Não vou jurar mas... Muito m'admira este sair já" Portas do comboio apitam e fechar-se. "Pelo menos não é costume... " Comboio parte.  " Vá lá."

Enviado de Samsung Mobile

Missing link no supermercado

Pi, 10.11.14

No Pingo Doce do Cais do Sodre há uma espécie que eu julgava em extinção: a que por não falar inglês, francês, ou sequer arranhar um portunhol prefere enxotar os turistas.

Uma modalidade praticada, no caso no pronto a comer, é: "hã? Pas-teis de BACALHAU. Não, issé folhados. Sim, fiambre... Hã? 'Tão, bacalhau, peixe! Tá bem, adeus obrigada" (e ao longo de todo o processo o cliente falou em espanhol, dizendo inclusivamente que não percebia e ela só falava mais alto ou mais à bruta).

Outra modalidade é - esta pode acontecer com cidadãos nacionais desde que vagarosos, que vejam mal, e de muita idade - na caixa dar o troco todo em moedas, bufando, e depois desabafar com o cliente seguinte: "atão, eu pedi-lhe 20 cêntimos, ela tinhózali, que eu vi na mão dela!" não assisti a duas nem três situações destas, sempre que lá vou, vejo disto e tento ajudar, como outras pessoas tentam, mas elas ainda olham para nós como se fossemos parvos, como se isso lhes estragasse o plano de expulsão de todo o turista do território Pingodociano, e ainda alguém se lembre - Deus nos livre - de as por a aprender o básico em inglês. 

Eu juro que pensei que esta coisa do "tá em Portugal, fala português" para esconder a ignorância tinha acabado, ou era no mínimo menos gritante, mas não. Não mesmo. 

 

Enviado de Samsung Mobile

Tony Carreira. Foi assim

Pi, 02.11.14

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Andámos a planear o sábado durante a semana toda. Gostamos de estar uma com a outra e este dia previa-se de risos, alegrias, embirrações com as outras que acabam por nos fazer rir também. Confirmou-se tudo isto.

Almoçámos sushi, viemos a minha casa tomar um café (eu, a T não bebe) e saímos para o Parque das Nações pelas 16h e pouco. Pelo caminho ouvimos TC e a T a cada música dizia "não sei se ele vai cantar esta..." Chegadas lá, arranjámos lugar facilmente, tudo corria bem. E correu, correu tudo bem até ao fim.

Levei o meu xaile "para termos alguma coisa que chame a atenção" - durante a semana falámos em podermos aparecer na TV e não termos roupas que nos distinguissem - e a T veio de cores claras. Mais risos. Amarrei o xaile à minha volta e improvisei um top regional, foi o que usei o resto do dia.

Tirámos fotografias, fizemos uma primeira volta de reconhecimento e fomos comer qualquer coisa. Falámos em voltar e tomar lugar na fila para entrar, pelas sete e meia. Assim foi, e garanto que quando procurámos o final da fila, este já estava a poucos metros de Sacavém. Não foi dramático, acabámos por começar a andar e a entrada não levou tempo quase nenhum. Só tinhamos receio de não poder escolher o lugar de que falara à T, mas não se confirmou nada disso, ficámos no primeiro balcão, em diagonal para o palco e vimos tudo perfeitamente.  

Tirámos mais umas fotografias, comentámos, deixámos passar pessoas para lá e para cá, observámos, tentámos perceber quem estava nos camarotes aplaudidos pela multidão e assim hora chegou. Apagaram-se as luzes, breve fotobiografia de Tony Carreira nos ecrans e ele surge a cantar no meio do público. "Tudo por vocêêêêss" cantado no lugar certo. Foi bonito. 

Seguiram-se músicas, números, convidados, fãs emocionadas, crianças a batar palmas e a cantar. Rimos muito quando soou "A sonhar contigo" por gritarmos ao mesmo tempo: "A do piquenique!" e cantámos, pois, se há coisa que aprendi em anuncios do Continente foi essa música, considero-me patrocinada.

Para mim, os ultimos vinte minutos de concerto foram os melhores, uma vez que foi quando apareceram as músicas de que sei os refrões, e pude saltitar e cantar mais. E não só, as duas baladas que queria ouvir (embora o tempo delas me pareça passado, as fãs já estão noutra) apareceram nessa altura e cantei a plenos pulmões "porque eu MOOORROOOO" e "Depois de ti mais NADAAA". Isto diverte-me, palavrinhadonra. Sonhos de Menino também se ouviu nesta altura

De manhã tinha estado a ouvir o "Sabor a Ti" e durante o concerto aos primeiro acordes de cada música cantava "sa-bor-a-ti" fossem balada ou mexida. Rimos sempre e muito. A última música foi finalmente esta e quem nos visse parecia que era a música da minha vida, tal a alegria quando a ouvi finalmente. E agora vou ali continuar a rir com estas memórias. 

Disse-me a T há pouco, já regressada aos 300km que nos separam "obrigada pelo dia de ontem. Foi super divertido." E foi, foi mesmo. Obrigada eu. 

Tony Carreira. Pareceu-me assim

Pi, 02.11.14

Disclaimer: é visto por uma outsider, não sou nem tenho a pretensão de ser ou parecer uma fã. As fãs do Tony Carreira (como todos os fãs de alguém no mundo) são dedicadas, crentes e agradecidas. Isto só para dizer que não é um post só de louvores e elogios. 

Mas direi já o que acho mais fraco num concerto de Tony Carreira: a conversa. Talvez por ser tímido, por não estar totalmente à vontade ou por fazer parte, a conversa sai um pouco insegura e básica. Graças de menino bem comportado que quer ser (muito pouco) maroto. Não choca, mas passava-se bem com menos conversa entre músicas. Ah e claro, a grande bengala linguística, repetida à exaustão "essas mãozinhas aí" era dispensável, mas também não ofende ninguém.

Tinha acabado de comentar com a T que "ele não dança nada, podia fazer como os dos metais, só isso, ficava giro" quando surge no palco uma brincadeira precisamente com esse resultado, dançar com os rapazes dos metais. Mais uma vez, timidamente e pouco arrojado. Ficou ali no meio termo, uma vez para cada lado e pronto, mas lá está, talvez isso faça parte da imagem de "machesa", ainda que nunca deixe de parecer delicado e frágil, uma fórmula mágica para o mulherio ali presente. Acho graça.

Pronto, isto foi o que achei mais fraco. Não saí deslumbrada e foi um pouco por estas coisas. 

E o resto? O resto, que é quase tudo, foi o que esperava. Gente animada e ansiosa por ver (ou rever, apercebi-me de pessoas que tinham ido ao concerto de sexta também) o seu ídolo querido. Mães, filhas, sobrinhas e tias, amigas e em menor número mas por lá também, pais, tios e amigos. O Meo Arena estava cheio que nem um ovo e isso sentiu-se nos gritos, aplausos, acompanhar de musicas e letras ao longo da noite. 

Confirmei a óptima produção, a orquestra, bailarinos, acrobatas que animam o palco não ofuscando nunca o principal. Um espectáculo bem montado que entretém, diverte e emociona os fãs, e bem, é o que se quer. Fãs que quando saí do recinto já estavam organizadas em filas para o encontro com Tony Carreirapara autógrafos, beijinhos e fotografias.

A continuacion, como foi para nós o fim de dia.