O Cecil
O Patrick diz que estamos a exagerar com isto da morte de um leão. Nós, sociedade. Eu não sei se o percebo, ele também foi parco em palavras. Já se sabe que quando muita gente se manifesta sobre uma coisa, se levantam os contra, os injustiçados, os aborrecidos com tudo isto.
Já o Gervais diz que não pode ser a emoção de disparar porque para esse efeito há alvos inanimados que servem bem. É mesmo pelo prazer de matar.
Cada um pensa o que quiser, a mim chateou isto, pronto. Também me indignam abusos a indefesos, pais, mães e filhos que se matam uns aos outros. Acontece que isto da indignação é como o amor pelos filhos: dá sempre para mais um. Eu já dispenso os detalhes, ler que "pensei que era legal" ou "não sabia que era um leão famoso" são coisas que só servem para me dar a volta ao estômago e ter muita muita pena de não poder meter os dedinhos daquele grande querido num torno até lhos esmagar todos bem esmagados.
Nos últimos meses, pelas redes sociais, vão aparecendo imagens de caçadores destes ao lado de girafas, elefantes e outros, acabados de caçar. E eles pousam, triunfantes. É no mínimo incomodo e chocante até. Do meu lado não é tanto a morte de Cecil que devemos prolongar. Morreu e foi uma estupidez, facto. O que não deve ser esquecido é que há seres humanos que acham que estão sós no mundo, e pior, com a razão do seu lado. Isto é assustador. Não é tanto o ir caçar leões, ou não é só. É quem faz isto não respeitar nada. Esta riquezinha achou giro ir à caça grossa e ilegal. Há quem adquira um carro desportivo, ele caçou um leão de juba negra. É parecido.
Sim sim, do meu Wiko JIMMY