Da vida de Pi... nilla.
Vivo de ler e escrever. De ler escritas, de escrever leituras, de debater termos e criar frases.
Aqui escrevo da vidinha. Vidinha de Pi, é isso.
Da vida de Pi... nilla.
Vivo de ler e escrever. De ler escritas, de escrever leituras, de debater termos e criar frases.
Aqui escrevo da vidinha. Vidinha de Pi, é isso.
Estive a recordar ou a reaprender com o J, que está no 4° ano. Eu nem sei se me relembraria sozinha, quando preciso de dividir de cabeça socorro-me de truques e grupinhos de dezenas, centenas, o que for preciso, e chego lá. Mas o J. hoje deu-me uma grande ajuda. Ele não estava a conseguir chegar ao resultado certo e não percebia porquê. Trouxe o caderno e o livro e vimos juntos. Ele juntava ali umas unidades que me estavam a confundir. Ia buscá-las mas depois não as compensava em lado nenhum. Eu teimava que assim não fazia sentido, mas não o queria baralhar. Pedi que explicasse, explicou mas continuavam a faltar-me os números que ele pedia emprestados. Mostrou-me no livro. Lá estavam eles, de um lado para o outro. Percebi, e ajudei-o a perceber o bocadinho que estava a faltar. Quando viu os resultados a bater certo até deu saltinhos e hi5s. Fizemos mais umas contas, e acho que todos ficámos a saber, não só o J. O meu prémio: um abraço de "Obrigado, Martinha, foste tu que me ensinaste" ❤
Entretanto já pratiquei em casa, estou apta a ensinar crianços no 4° ano.
Um dia destes, em pleno estabelecimento de restauração e paezinhos quentes, um casal nos seus vinte e poucos - é irrelevante a idade, só serve mesmo para quem lê visualizar -... Como vos dizer isto? Não há outra forma: parecia que se cantavam! Na verdade, e não melhora aviso já, procuravam e espremiam borbulhame e pontos negros um ao outro.
Nojo. Nojo. Nojo. Não lhes tirei uma foto para humilhação em praça pública por nojo e decoro. Nojo. Nojo. Nojo. Fugi a correr e nunca mais parei.
Pessoas que tomam o pequeno-almoço no comboio. Já tinha ouvido falar, já tinha avistado vagamente, mas há dias calhou-me uma no lugar ao lado.
O número consiste na exibição de tigela ou caixa de plástico, corn flakes no caso, mas podem ser postos cereais prensados, e leite, achocolatado ali, do pacote para a dita caixa. Comer entre estações e apeadeiros.
Não teve tempo para comer em casa, é isso? Está entre destinos e sem tempo? Enjoa se não comer sobre carris? É uma superstição? Não sei, parece-me uma trabalheira, mas claro que tirando o cheiro enjoativissimo, a minha liberdade acaba onde começa a colher em inox da minha companheira de viagem. Felizmente tudo isto foi efémero.
Já não brilha lá no céu. Mas afinal que é isso da estrelinha do Twitter? Era assim: no Twitter não há likes. Ou melhor, não havia. Ou por outra, havia mas era como quisessemos. Isto é, debaixo de cada twitt havia opção de responder, retuitar, e uma estrela. Ah, a estrela era o like, dizem os leigos. Ai, não era tal, digo eu e milhares de Twitters. A estrela do Twitter, caros recém chegados e não utilizadores, servia para marcarmos um twitt como favorito, pelos mais diversos motivos. Por gostarmos sim, mas também por ter um link que queríamos ver mais tarde, assinalar uma private joke, fazer uma festinha na nossa twitter crush sem mais ninguém dar por isso, guardar para relembrar e ridicularizar alguém mais tarde, etc. A estrela era-nos tudo isto e muito mais. Estava ali e cada um fazia dela o que entendia. E que foi agora afinal? Foi que desde ontem a estrela amarela é um coração encarnado. Neste ponto queria que quem lê sentisse um "não!", como eu senti ao ler o "Eurico, o presbítero" quando tudo está a correr tão bem e é tão perfeito SPOILER ALERT até o Eurico de lembrar da sua condição de presbítero. Sim, eu li e adorei. Adiante. Dizia então que a estrela passou a coração. Pior, debaixo do coração já se vê nalgumas apps a palavra facebookiana "like". Um "like" imbecilzinho a querer ensinar para que serve a estrela-agora-travestida-de-coração: "Olha, toma um coração com manual de instruções. É um like, percebes? Estima-o. Serve para gostar, para amar o que diz o próximo." Poupa-me, Twitter Manuel, isso nunca foi para nós.
Sim, é um first world drama, mas estar em Portugal é mesmo assim, toda a emoção de tropeçar de manhã em problemas de terceiro mundo, e à tarde no mais insignificante problema virtual. É uma tretinha. É. Mas maça, pronto. Ah mas usa o coração como usavas a estrela. Claro que o usarei, mas por agora não é o mesmo. É um coração encarnado, idiota e carente. A estrela tinha pintarola. Deixem-me.
Ah, mais: eu quando queria corações fazia-os, escrevia-os e espalhava-os timeline fora. Ainda o Rio Ferdinand era dos únicos jogadores com Twitter e eu "mandava corações ao Rio" (ha! Still cracks me up). Depois o Buffon apareceu, mas isso agora não importa. Isto para dizer que eu usava a estrela como queria, e punha coraçõezinhos rechonchudinhos onde eu entendia. Agora o Twitter resolveu que tudo é um coração. Chatos.
Outra: os meus RTs com um "góstante", que sentido têm agora se há o senhor coração, pronto para amar tudo o que se twitta? Uma pessoa personaliza as suas redes, eles chegam e fazem de nós clonezinhos, todos muito iguais e formatadinhos. Ainda estou um bocadinho aborrecida, assumo.
Eu tenho Facebook, não se pense que isto é uma declaração de só o Twitter é que é bom. Mas tem as suas características, que eram diferentes e cada vez se assemelham mais às outras redes sociais. Perde a diferença. Eu sei que é assim que funciona, e sei que se a estrela não voltar - ainda tenho uma esperança - nos vamos habituar, como nos habituámos a outras mudanças. Mas também por isso quis escrever sobre o propósito da estrela.