12 anos de D
Enquanto não começa o Sporting, e o dia de anos do D, que até é do Benfica, ainda dura, celebremos com mais uma memória.
Conto muitas vezes estas duas histórias mas acho que nunca as deixei escritas, e são dos momentos mais hilariantes, deliciosos e tão d-escos a que assisti ainda ele era pequenino.
Na primeira, o D teria uns três anos e foi com o irmão J a minha casa - ainda dos meus pais na altura - e na cozinha, provou mel. A cena que guardo é: o J, de olhos grandes e vidrados no irmão, ao colo da minha mãe, sentados à mesa da cozinha, eu de pé, ao lado do D. E ele, a estrela deste momento, no meio da cozinha, calções de ganga e t-shirt. Come uma colher de mel, levanta a cabeça, fecha os olhos com um "mmmmm..." e quando os volta a abrir, declara: "É MACIOSO..."
Aproveito para dizer que "macioso" é um termo ainda hoje usado por mim, pela minha mãe e uma ou outra amiga a quem contei.
Na outra história ele era mais pequeno, teria dois anos e muito pouco. Tínhamos saído - eu, com ele e os pais - e no regresso ao carro, o D reclamava com qualquer coisa com que bebés de dois anos reclamam. Já falava, mas não me lembro do que dizia, demos pouca atenção ao refilar, não era dramático sequer, era uma resmunguice lá dele.
Enquanto a mãe o sentava na cadeirinha, lhe punha o cinto e ia dizendo: "sim, D... Pois, D...", ele - totalmente dependente, relembro, dois anos, mãe a prendê-lo na cadeira de bebé - de voz de bebé, fala de bebé, olhar e bracinho desafiantes, conclui o protesto:
- Então, vou pro Algarve!
Sim, ainda estou a rir. Rio sempre que me lembro.