Vent'anni di Azzurro
Isto é só uma dobradela de cantinho, que a data merece.
Se há vinte anos houvesse twitter, eu faria hoje um tweet assim: “Lucaaaaa, nãããoooo! Humpf, cala-te Gianluigi Buffon”. O Luca seria o Pagliuca, e em 97 eu estava habituada a ele. Como estivera a Zenga, como não estive muito a Peruzzi ou Toldo, ou vá, menos tempo. Mas não me lembro de mais nenhum por tanto tempo.
Buffon impôs-se-me. Se há vinte anos o via como o rookie - com o ligeiro desprezo que isso me merecia -, hoje dói pensar que está prestes a despedir-se. Porque não vi tantas vezes outro guarda-redes com a Itália. Porque não me lembro de Zoff, e só com Buffon celebrei um mundial. Porque não me lembro de outro que gritasse o hino de olhos fechados, ou falasse da Azzurra sempre com a mesma emoção e entrega. Que tenha metido um pé numa porta de vidro durante o Mundial, por ter perdido no ping pong. Que dissesse que foi estes vinte anos foram o melhor presente que alguma vez recebeu.
Tem um defeitozinho (a meu ver), que não condiz com o resto: virar-se de costas quando a sua equipa marca penalties. É discutível, concedo, mas não adoro. Por outro lado, tem um potencial latino e dramático enorme, e por aí talvez me convencesse. Mas não adoro não (adorando-o, sempre).
Que está menos rápido, que está mais pesado e velho. Seja, já ninguém lhe (e me) tira ter sido o maior nestes últimos anos. E sim, assumidamente dos mais giros e com maior pinta.
173 jogos
68 clean sheets
1 Mundial
Buffon faz hoje vinte anos de selecção. E cá estamos. Contando com muita força, e alguma violência, ir à Rússia.
“20 anni d’azzurro il regalo più bello della mia vita”
Gianluigi Buffon