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Da vida de Pi

Da vida de Pi... nilla. Vivo de ler e escrever. De ler escritas, de escrever leituras, de debater termos e criar frases. Aqui escrevo da vidinha. Vidinha de Pi, é isso.

Da vida de Pi

Da vida de Pi... nilla. Vivo de ler e escrever. De ler escritas, de escrever leituras, de debater termos e criar frases. Aqui escrevo da vidinha. Vidinha de Pi, é isso.

Fui ver... era o bombeiro

Pi, 30.06.22

Uma noite destas, entre fins de semana de trabalho, queria eu descansar o mais que pudesse, não ganhei para o susto. 

Dormia o meu primeiro sono, bem lançada para um descanso profundo, quando um dos meus pesadelos ganhou vida. Comecei a sentir - longe,  lá ao longe - que batiam a todas as portas. Quis, sem esperança nenhuma, que não chegasse à minha. Chegou,  claro,  quem bateria a todas as portas menos uma,  às duas e pouco da manhã?

Levantei-me,  já com o coração a mil, ouvindo as vozes lá fora:

- Quem está no 5⁰?

- Eu!

- E no 4⁰?

- A Mariana!

Trôpega, quase na porta,  ocorreu-me: "ou é gang, ou bombeiros/polícia. Nenhuma é boa notícia. "

Abri. Era um bombeiro. Alguém deixara qualquer coisa ao lume e tinham sido chamados. 

- Cheira muito a queimado, mas já está controlado.

E o cheiro entrou, instalando-se pela casa. 

- Viemos ver se não há mais nada,  se não é daqui. 

Confesso que não sei se foi isto que me disse, de qualquer forma virei-me  para a minha cozinha, sem ver nada,  diga-se, e respondi:

- Daqui não é... - não sei o que procurava.

No patamar, de outra porta, alguém perguntava "mas temos de sair?" e eu, com tanto sono, só pensava "por favor,  não,  sei lá onde está a roupa agora". A roupa estava (toda) onde está sempre. 

Eu tinha sono,  mas na verdade ainda abri janelas,  para o cheiro e para ficar a ver as luzes do carro, que reflectiam azul intermitente prédio acima. Tirando as luzes, estava tudo calmo, bombeiros tranquilos conversavam lá em baixo. Tinha sono, tanto, mas com o susto de ouvir a porta de madrugada, só voltei a adormecer depois de ver o carro deixar a rua.