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Da vida de Pi

Da vida de Pi... nilla. Vivo de ler e escrever. De ler escritas, de escrever leituras, de debater termos e criar frases. Aqui escrevo da vidinha. Vidinha de Pi, é isso.

Da vida de Pi

Da vida de Pi... nilla. Vivo de ler e escrever. De ler escritas, de escrever leituras, de debater termos e criar frases. Aqui escrevo da vidinha. Vidinha de Pi, é isso.

HotD. S1 E1 - Os herdeiros do Dragão

Pi, 29.08.22

Haverá spoilers neste post. São só algumas notas soltas sobre o primeiro episódio. Meteram-se aqui umas mini-férias, deixei um rascunho por terminar e agora já me sinto atrasada para ver o segundo. Avancemos então.

O primeiro episódio, "The heirs of the Dragon" - Os herdeiros do Dragão - trata precisamente disso: herança, sucessão, legado. Temas que não são estranhos a quem viu "Game of Thrones". Tywin Lannister é o melhor exemplo de personagem para quem o legado é a única coisa que sobrevive numa família, é o nome, não os feitos heróicos, não a honra ou a glória, num dos melhores diálogos da primeira temporada (episódio 7).  Mas é o mote de vários momentos da série, como alias deve ser, estando o poder e um trono em causa. "House of the Dragon" começa precisamente num desses momentos, de que retiramos duas coisas: impensável, por agora, que uma mulher ocupe o trono em Westeros e que o rei Jaehaerys colocou a sucessão nas mãos dos seus conselheiros, para evitar uma guerra na Casa Targaryen. Coisas de reis, nada de novo aqui.

Depois de um salto no tempo, já Viserys I é rei, avistamos um dragão pela primeira vez na série. Até ver "Game of Thrones" não pensei que tivesse tanto impacto vê-los assim, perfeitos, imponentes. Conhecemos na mesma cena, Rhaenyra, que salta para o chão, depois de voar no deu dragão Syrax, e o cavaleiro que a acompanha e tem por missão proteger a princesa, Ser Harrold Westerling. Observa-se uma relação engraçada entre ambos, há vibes de Jorah Mormont (tento com as minhas forças não me apegar a personagens, já sabemos que tudo pode acabar num banho de sangue, mas simpatizei com este Ser). 

I am relieved. Every time that golden beast brings you back unspoiled, it saves my head from a spike.

Rhaneyra lembra Daenerys, mas ainda mais Arya. Ao longo do episódio observaremos como a aborrecem o destino de uma mulher, as lições da septa, como preferiria correr o mundo com Syrax "and eat cake".

Um dos momentos marcantes do primeiro episódio, para mim (pois é da minha visão que se trata aqui no blog), é Daemon sentado no Trono de Ferro, para choque e indignação de Ser Westerling, sem que praticamente ninguém se apercebesse do seu regresso. Deuses, como adoro um vilão insolente, Jaime Lannister não se atreveu a tanto, esperando Ned Stark nos degraus do trono. Daemon Targaryen tresanda a dores de cabeça e sarilhos, do alto da sua prepotência, é perfeito, já o adoro. Numa entrevista, Matt Smith diz que a sua personagem apenas carece de amor fraterno, já que Viserys I não o considera para ser sua mão, quando só o quer proteger. Daemon tem a cabeça quente e sangue na guelra, ao mesmo tempo, é soturno e sinuoso, ninguém no smal council lhe confia tal cargo, Viserys I segue assim com Ser Otto Hightower como sua mão.

Há ainda a destacar o já tão falado parto, a cesariana a sangue frio da rainha Aemma. O antes, o durante, o depois marcam o episódio.

Aemma tem uma conversa com Rahenyra, que nos mostra mais um pouco da princesa. A mãe fala-lhe de como a sua guerra são as dores da maternidade, o seu campo de batalha é aquele leito, a sua missão na vida é gerar herdeiros, princípes e princesas. Mais uma vez, lembrando Arya Stark (no seu momento "That's not me", quando Ned lhe explica que casará com um lorde e poderá governar o seu castelo, terá filhos lordes, filhas princesas), Rhaenyra responde que preferia combater e viver glórias.

A antecipação de um filho varão, um sucessor directo de Viserys I - até aqui é Daemon o designado, o (precipitado) torneio para respectiva comemoração, que intercala com as cenas da dita operação (e a segunda impressiona mais que o sangue entre cavaleiros), a consequente morte da rainda e do bebé depois, não poderiam deixar de traçar o destino de todos neste episódio.

Como me atrasei com este post, fica por aqui. Já há podcasts a sair e eu ainda não vi o episódio correspondente. Tentarei retirar de forma mais sintética o que me apetecer registar dos próximos eventos. Faltou aqui mencionar por exemplo Nymeria, a rainha não o lobo, mas vamos sempre a tempo numa próxima vez.

Fica para fechar, a frase do episódio:

I want to fly with you on dragon back see the great wonders across the Narrow Sea And eat only cake.

 

HotD. Ver GoT antes ou não?

Pi, 25.08.22

O que saber previamente? O que ter em conta antes de avançar para "House of the Dragon", HotD para simpatizantes, e um pouco mais, de Targaryens.

Diz-se pelos podcasts, e eu até acredito mas tenho pena, que não é preciso ter visto os 80 episódios de "Game of Thrones" para ver "House of the Dragon". Boas notícias para quem não viu e quer ver esta nova série. Como disse, acredito e até percebo, mas tenho pena que percam essa preciosidade do audiovisual.

Por outro lado, talvez seja uma questão de mera cronologia, há quem veja "Star Wars" do avesso, de todas as formas e ordens, e ficamos todos a saber o mesmo no fim. Não há-de ser pior. HotD passa-se cerca de 200 anos antes de "Game of Thrones", o que é dito logo no primeiro episódio, para nos situarmos (eu preciso deste tipo de referência, não me importo nada que haja estas cábulas).

Além do mais, "Game of Thrones" está carregada de informação, ou spoilers agora que há uma séries inteira, sobre os Targaryen. Pelo que, se não viram, terão mais supresas que quem via. Eu vi, esqueci diálogos, e agora reavivei ao ouvir em podcasts. Está lá de facto muita coisa que veremos nos próximos episódios.

Conclusão: não é fundamental ver agora a correr as 8 temporadas de GoT para ver HotD. Eu vi, no seu tempo (e longas esperas por uma nova temporada, dessa parte não tenho saudades), prefiro assim.

 

PS - Evitem (ou não) S3E4 de GoT, em que Joffrey conta basicamente “House of the Dragon” a Margaery. Um tirano em toda a linha, até de spoilers este estupor foi capaz.

HotD. Um preâmbulo

Pi, 24.08.22

Disclaimer - HotD é "House of the Dragon", mas a sigla HotD calhou lindamente. Serve para hot Dragon (pun intended), hot Daemon (lá iremos noutro post) e House of the Dragon, natural e razoavelmente.

Tiremos uma coisa já do caminho: eu não li os livros. Iniciei o primeiro e quando comecei a ouvir e ler que a série se afastava dos livros, preferi parar, para não ter angústias nem desilusões. Segui com a série, na ideia de um dia ler os livros, quando a série for já uma nuvem na minha memória e me faltarem os detalhes (não será preciso muito tempo, digo eu). Portanto, livros não li, o que sei extra-série fui ouvindo em podcasts ou lendo em sites (mais, muito mais a primeira que a segunda).

Eu já gostava de Game of Thrones (outro disclaimer: é possível que use mais termos relativos à série em inglês e me saia um em português de vez em quando, não sou muito coerente nem quero ser, é só para cá ficar já dito), mas depois de descobrir, ali por 2017, o podcast Binge Mode. Mallory Rubin e Jason Concepcion passaram a ser os meus septa e maester, respectivamente, e com eles mergulhei de cabeça em Westeros. Semanalmente, a cada episódio, a promessa era de "stick it with the pointy end" (referência a uma conversa entre Jon Snow e Arya, no segundo episódio da primeira temporada) e era cumprida. Do resumo do episódio, à interpretação e explicação de antecedentes, consequentes, descendentes, delinquentes e subsequentes, tudo era revisto com um entusiasmo contagiante, gargalhadas e algumas lágrimas.

Jason Concepcion é um talento. É divertido, conhece Westeros - livros e série - como a palma da mão (não de Jaime Lannister). As suas imitações de Grand Maester Pycelle, Little Finger e a minha favorita, Robert Baratheon ("GODS, I WAS STRONG THEN!"), são impagáveis e um dos grandes trunfos do podcast. Mallory Rubin é toda ela emoção, paixão e entusiasmo. As referências e trocadilhos com momentos e personagens que sabemos de cor, são muitos. Partilhamos ambas uma paixão por Ser Jorah Mormont. Juntos, Jason e Mallory são - ou eram - hilariantes e conseguiam que no fim de hora e meia ou mais a falar de Game of Thrones, eu achasse pouco e a quinta feira seguinte levasse uma eternidade a chegar. Entretanto, seguem separados, qual Arya e Jon, cada um em seu podcast (ela em "Talk the Thrones", ele no podcast oficial da HBO). O melhor? É que terei o dobro da informação para ouvir. 

Já eu, não sei tudo, fixo pouco, mas gosto de ouvir e ir percebendo. Não sou a maior conhecedora, não memorizo mapas e árvores genealógicas, nem mesmo cada evento, sabem os deuses se personagens até. Não me importo de ter muitas vezes a reacção "Ah, pois era, não reparei...", "Isso de facto aconteceu, mas não associei logo...", "mas este era aquele?! Jurava que nunca o tinha visto..." Já vai sendo menos frequente, mas acontece e, como agora é uso dizer-se, "E está tudo bem com isso!". 

Digo mais: Targaryen nunca foi a minha Casa favorita, mas admito que é a que tem uma história mais aliciante, central (centralizadora até?) e empolgante. Pessoalmente queria ver de perto a Robert's Rebellion, mas concedo que haja aqui mais sumo para então lá chegarmos. Uma família com dragões no quintal.... vá lá, é difícil bater isto. A família do incesto (mais que Lannisters, oh.... bem mais), do dragão das 3 cabeças, dos loiros loucos valentes e dos heróis deprimidos e platinados.

“Madness and greatness are two sides of the same coin. Every time a new Targaryen is born, the gods toss the coin in the air and the world holds its breath to see how it will land.” (não é spoiler, Varys e Cersei mencionam este ditado em GoT).

Quando soube do spin off não fiquei muito curiosa, admito. Mas com o tempo, os trailers, o Matt Smith... fui-me deixando levar e esta segunda-feira revivi aquele ambiente (inclui violência, muito sangue), os loiros platinados e seus dragões, a produção fabulosa. Foi quanto bastou para relembrar como é bom voltar a Westeros.

Não pretendo ensinar nada a ninguém, mas HotD é por agora a minha mais recente distração e estou a gostar de voltar a esta rotina de ver um episódio e ouvir dissecá-lo nos dias a seguir. Estou de volta, podem seguir-se posts sobre este tema. Avisarei quando houver spoilers.