Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Da vida de Pi

Da vida de Pi... nilla. Vivo de ler e escrever. De ler escritas, de escrever leituras, de debater termos e criar frases. Aqui escrevo da vidinha. Vidinha de Pi, é isso.

Da vida de Pi

Da vida de Pi... nilla. Vivo de ler e escrever. De ler escritas, de escrever leituras, de debater termos e criar frases. Aqui escrevo da vidinha. Vidinha de Pi, é isso.

No mesmo dia em Brescia - Stadio Mario Rigamonti

Pi, 29.12.23

O Brescia - Sampdoria começava às 16h e eu sabia que não levava muito tempo a chegar do centro ao estádio, mas fui com alguma antecedência para lá.

a20231203_162302.jpg

Voltei ao metro e saí na estação Mompiano, a partir da qual segui os cachecóis azuis e brancos. Para chegar ao meu lugar, dei uma volta quase inteira ao estádio, o que me permitiu ver o que se passava em volta, o ambiente, os adeptos, o dia de jogo. Comprei um cachecol da equipa da casa - gosto muito da Sampdoria, mas não quis má vizinhança, um dia irei a Génova resolver isto -  e segui para o meu lugar.

O Stadio Mario Rigamonti - nome de um defesa nascido em Brescia, que morreu no desastre de Superga em 1949 - fica emoldurado por montes e colinas e tem uma capacidade para pouco mais de 16 mil pessoas.

a20231203_155239.jpg

Tal como em Parma, a bancada que me esperava parece um andaime enorme, forte e feio visto do lado de fora, mas firme e estável para o chamado "ver a bola". Tinha escolhido um lugar a meio - meio campo e também a meio em altura -, estava no centro da central, digamos assim.

O primeiro anel tem cadeiras, mas termina num civilizado peão, onde há pessoas a coniver o jogo todo. Segue-se o meu sector, a uma altura simpática, mais com famílias e uma equipa talvez de sub-11 do Inter, de miúdos muito animados, que se juntaram a um grupo de cantava e animava as hostes daquela bancada. Acima mais uma bancada, mas o estádio não é muito alto.

Eu gosto destes estádios antigos, com algumas renovações, mas nada a ver com o futebol moderno, das primeiras ligas. Neste ainda se vê a bancada antiga por trás da nova, num dos topos.

O jogo era um Brescia - Sampdoria, da serie B italiana. Do Brescia guardo memória de Baggio lá ter passado, ao mesmo tempo que Pirlo surgia. Da Sampdoria sempre gostei muito, nem vou aqui discorrer sobre 90/91, para o post não ficar longo - além disso comprei um livro

s20231203_155627.jpg

sobre essa época, haverá tempo para me dedicar ao assunto. Então, apesar de ter comprado um cachecol do Brescia, não estava propriamente a torcer mais por uma vitória de um ou de outro. Além disso, o treinador da Sampdoria é Pirlo (já o ano passado apanhei a equipa de Cannavaro e o seu regresso a Parma, sem querer apanho momentos muito românticos).

Ficou 3-1 para o Brescia, pelo que ganhei mas também perdi.

Um dia em Brescia

Pi, 26.12.23

20231203_123851.jpg

Ainda na minha última viagem a Itália, guardei um dia para ir a Brescia, que fica a menos de uma hora de comboio de Bergamo. Escolhi Brescia porque queria ir a um jogo de futebol e o Brescia jogava de tarde com a Sampdoria. Havia jogos da serie A, mas eram fora de Bergamo, à noite, não me quis meter em aventuras maiores. Além disso, a serie B é sempre encantadora, não é muito cara, e leva-me aos anos 90, já o ano passado o senti num Parma - Benevento. 

Mas antes do jogo havia uma nova cidade para ver. O dia estava bonito, sem nuvens e céu bem azul, um tempo que favorece sempre a paisagem e as fotos a tirar.

Saí de Bergamo pouco depois das 10h, chegando a Brescia pelas 11h. Da estação de comboio desci ao moderníssimo metro, comprei bilhete para o dia todo e segui para a Piazza Vittoria. Era dia de feira e a praça estava muito animada.

Já tinha lido que as 3 (3!) principais praças de Brescia eram quase coladas umas às outras, por isso comecei por esta, segui para a lindíssima Piazza della Loggia, onde continuavam a feira e animação. Tomei um saboroso cappuccino, cheio de densa espuma, imprudentemente perto do meio-dia (mas não resisto), no Caffè della Stampa.

Dali saí para a Piazza Paolo VI, onde ficam os dois Duomo da cidade, Duomo Nuovo (datado do séc. XVII) e Duomo Vecchio (do séc. XII). Aqui já não se avistavam bancas e feirantes, mas a animação continuava, pelas várias esplanadas, cheias num convívio de pré-almoços de domingo. 

Prossegui no passeio pela História, para o forum romano de Brescia - mais uma praça central,esta do séc I AC, embora já não funcione como tal  -, Brixia na altura. Gosto muito desta harmonia entre ruínas e monumentos de várias épocas. O forum de Brescia não é grande, mas está bastante composto para se ter uma ideia de como seria na altura. Todo o complexo arqueológico foi declarado Património Mundial pela UNESCO.

À hora de almoço consegui lugar no piccolo e acolhedor Ágora Caffé, graças à disponibilidade e sentido prático do não-sei-se-dono mas estava a organizar mesas e pedidos. Um serviço simpático e rápido. Almocei casoncelli alla Bresciana, porque estva nesta senda de provar esta pasta tradicional da zona. 

Depois fui tomar um café e, porque isto também faz parte da vida de viajante/turista, carregar o telemóvel para o MacDonald's do sítio, para que até ao fim do dia não me falhasse a bateria. Não tinha a certeza se no futebol deixariam, por isso não levei powerbank.

Perto das 15h comecei a dirigir-me ao estádio, conto num próximo post.

"A Criada" de Freida McFadden

Pi, 21.12.23

500x.jpg

"...lá de cima é feita de papelão"

Canções infantis bizarras à parte, é verdade, li "A Criada", de Freida McFadden. Sou assim, não posso ver um fenómeno que põe pessoas a ler, fico curiosa e quero saber o que lá vai dentro. A curiosidade - não só neste campo - será o meu fim, estou quase certa. Mas enquanto não o é, vou sabendo um pouco mais de... pessoas...? Não sei bem.

Uma sinopse:

Este emprego caiu-me do céu. Talvez seja a minha última oportunidade para mudar de vida. E o melhor de tudo é que aqui ninguém sabe nada acerca do meu passado. Posso esconder-me e fingir ser aquilo que eu quiser. Infelizmente, não tardo a descobrir que os segredos dos Winchester são muito mais perigosos do que os meus…

Bom, o que achei do livro? O que esperava, é um page-turner, o que pega mais facilmente que outro tipo de livro. Não é óptimo nem definitivamente péssimo, é um thriller um pouco previsível embora também consiga surpreender, porque até vemos onde vai dar, mas dá umas voltas até lá chegar. Não só me foi surpreendendo aqui e ali, como admito que me arrepiou numa cena em particular, quase no fim. Lembrou-me "Gone Girl", no mais positivo sentido possível, na medida em que nada é o que parece e há segredos em cada canto. Não li, mas gostei muito do filme quando o vi.  

"A Criada" lê-se bem, mas eu devia ter lido a versão original, não gostei muito da tradução. Percebo que haja expressões idiomáticas dificeis ou desafiantes, mas quando o português me soa inventado torço o nariz: por exemplo, há uma frase  "a minha coluna transforma-se em líquido" numa situação de tensão, se a usamos - mea culpa - desconheço. E - admito que esta é uma embirração minha - por que é que tradutores usam e abusam do verbo "perscrutar"? Eu sei que esta é uma palavra portuguesa, está bem usada no contexto, mas há sinónimos mais coloquiais, "perscrutar" faz-me sempre tropeçar na leitura.

Enfim, história é bem construída e cativa, cumpre e entretém, não se perde em ler, percebe-se porque é um livro sensação. É preciso que se leia mais, e incluo-me o mais possível nisto, leio actualmente menos do que gostaria. Então olhem, cada um lê o que entender e está tudo bem.

PS: Mas se puderem, leiam o original, é capaz de melhorar a experiência.

 

De/o Acordo

Pi, 17.12.23

Quando chego a casa é um alívio despir o acordo ortográfico. 

Também não o uso nas minhas redes, verdade seja dita, mas a primeira frase fica mais bonita como está, digo eu. O Acordo entrou-nos vida dentro pela escola ou pelo trabalho e nem todos tivemos como lhe fugir.

Já há gerações que aprenderam com ele, e facilita uniformizar, bem sei. Não sou uma feroz opositora, já fui mais crítica da coisa, mas não me ofende. Já dei por mim a usá-lo em mensagens privadas, no whatsapp com amigos, até. Se por exemplo alguém me escreve sem acordo ortográfico e respondo usando alguma das mesmas palavras, também me sinto arrogante se a escrever com a grafia antiga (que continua a ser a minha), por isso não o faço.

Mas continuo a achar absurdo que o pê caia do Egipto, se o egícpio continua a ter de o carregar. Chateia-me muito quando teimam comigo que contacto "já não tem c", se até o lêmos. Letras que se dizem - tenham lá paciência - não omito, seja onde for. 

Em suma, uso-o profissionalmente, evito-o fora disso, embora já me espreite a vida privada. Já não me aborrece tanto, só que ainda me apetece usar pês e cês mudos, deixem-me cá.

Vamos Todos Morrer. Hoje mais pesado.

Pi, 14.12.23

Dos meus podcasts preferidos e que ouço diariamente, é "Vamos Todos Morrer", do Hugo van Der Ding. Gosto muito de História, mas ainda gosto mais da História contada a brincar, a rir, sem se cingir a datas e factos. Com os delírios do autor, tendo Tiago Ribeiro e Ana Markl completamente alinhados, "Vamos Todos Morrer" ainda fica melhor.
Mas - há sempre um mas - de vez em quando lá vem um episódio mais pesado, também necessário, como foi o caso do de hoje, sobre Cheryl Araújo, a lusodescendente que inspirou o filme "Os Acusados", um filme que é o chamado soco no estômago.
Sabia que "Os Acusados" se baseava numa história verídica, mas nunca soube a história original com todos os seus sinistros e revoltantes contornos. Ainda é pior que no filme, se é que é possível. Ouvi-la hoje no "Vamos Todos Morrer" foi arrepiante. É o "pôs-se a jeito" em todo o seu horror, que esplendor não se aplica mesmo aqui, até a minissaia é literal no caso. O desfecho bate em todos os lados e está tudo errado ali. Da violação ao julgamento e enxovalho hiper públicos, da misoginia em toda a linha, à xenofobia que se seguiu. Uma humilhação e sofrimento sem fim para a vítima. Tudo muito triste, uma vida infeliz - pelo menos entre os 21 e o fim -, que terminou aos 25 anos num acidente de viação, sem justiça feita.

Se quiserem ver e ouvir, o episódio de hoje, está aqui.

Um outro pedacinho do dia por Milão - San Siro

Pi, 11.12.23

20231201_162905.jpg

No mesmo dia em que vi a "Última Ceia" tinha guardado uma parte do dia para um não menos sagrado, pelo menos para mim, estádio Giuesppe Meazza ou San Siro.

Nos anos 90 despertei para o futebol italiano, na altura Itália e a serie A eram o topo, o destino dos melhores entre os melhores. Foi nessa década que comecei a reconhecer nomes, caras e pés de jogadores que ficaram para sempre as minhas referências. E Milão foi provavelmente a cidade a que mais prestei atenção futebolísticamente falando, nos primeiros 4 ou 5 anos depois 1990. Não tenho preferências de norte a sul de Itália, mas AC Milan com os 3 holandeses, e Inter de Milão com os 3 alemães, foram as equipas que primeiro me cativaram na adolescência.

Ainda por Milão, tinha então bilhete para uma outra visita, bem diferente do Cenacolo Vinciano: San Siro aguardava-me finalmente.

À chegada dirigir-me ao museu, que não é muito grande, mas está cheio de camisolas, dos mais de cem anos de cada clube, visitantes ilustres e glórias mundiais de décadas e décadas. Um sonho em lã, algodão e muito polyester. Há também troféus - não tenho a certeza de já ter estado perante uma taça da Liga dos Campeões (tenho, nunca estive) - e galhardetes, luvas e bolas de várias épocas. Revi ali camisolas de guarda-redes que adorei, temíveis avançados, defesas inabaláveis. E médios de sonho, naturalmente.

20231201_155916.jpg

Saídos do museu, seguimos para a visita ao estádio. Fizemos o percurso dos jogadores, da zona de entrevistas ao campo, passando pelo balneário de cada uma das equipas da casa - sendo o do Milan de bancos individuais, privilegiando cada jogador, o do Inter, banco corrido, valorizando mais o conjunto, conforme nos explicou o guia. 

No balneário do Milan perguntou-nos quem eram os nossos jogadores favoritos, respondi que talvez Girou, o que o levou (talvez um "ru" bem dito) a pensar que tenho um sotaque francês. Disse-lhe que era portuguesa, o que lhe suscitou novo espanto "E o seu preferido não é Leão?!" Expliquei que sei que é "un bravo giocatore", mas a minha religião não me permite. Entendedores entenderão o amargo que ainda sinto a pensar em rescisões, saídas, enfim, ficamos assim. Ou melhor, seguimos com a visita.

20231201_154909.jpg

Uma breve visita ao balneário do Inter, um corredor cheio de fotos de velhas glórias, tantas dos meus queridos anos 90, e seguimos pelos corredores até ao campo. Já no último, o dito túnel, é posto som ambiente do estádio, para uma experiência mais imersiva.

Subi as escadas e foi o segundo "nem acredito que aqui estou" do dia (o primeiro está no post anterior). Do relvado via todo o estádio, grandioso, já num misto moderno/antigo mas ainda com tanto do que via em resumos ao Domingo à tarde.

Screenshot 2023-12-11 at 20.49.13.png

À saída tive ainda a agradável - mais que isso, super - surpresa de haver uma exposição sobre os 125 anos da selecção italiana, a minha squadra azzurra. Mais um desfile de camisolas e nomes que me dizem muito. Entre vencedores e vencidos, demorei-me um pouco mais em frente às vitrines de 90 e 94, 2006 e 2020/21. As primeiras camisolas merecem menção honrosa, embora não fossem muito confortáveis, suspeito.  De Meazza a Buffon, há muitos símbolos ali representados, um sonho para tiffosi azzurri.

A visita tem uma duração confortável para ver com tempo, estar no relavdo e bancada tempo suficiente para apreciar e tirar umas fotos. Melhor, só mesmo ir em dia de jogo, numa próxima vez em Milão.

Última Ceia - Cenacolo Vinciano

Pi, 06.12.23

Screenshot 2023-12-06 at 19.45.55.png

Dividi os meus dias, de 30 de Novembro a 4 de Dezembro assim: 

30/11 - Bergamo

1/12 - Milão, com partida e regresso a Bergamo

2/12 - Bergamo

3/12 - Brescia, com partida e regresso a Bergamo

4/12 - Bergamo, dia de regresso.

Foi uma forma de conhecer mais 3 cidades italianas numa só visita, embora Milão seja definitivamente para voltar. Sempre achei impossível não gostar da cidade, agora tenho a certeza.

O dia em Milão começou na estação de comboios, onde cheguei pouco depois das 10h (saí de Bergamo às 9h03, cada viagem custou 6 euros) e merecia um pouco mais de atenção, mas eu não queria perder tempo de manhã. Tinha a visita à "Última Ceia" marcada para as 11h30 e não queria distrair-me com nada antes disso. Já tinha app dos transportes de Milão instalada no telefone, comprei o bilhete para um dia (7 euros) e segui para o metro. 

Cheguei perto da Santa Maria delle Grazie, ainda não eram 11h, fascinada à primeira vista pelos prédios da Via Giovanni Boccaccio, já a pensar "como é que sempre me disseram que Milão não era bonita?!". Tomei um café no Caffè Ruffini - penso sempre que não estou à altura dos "Buongiorno!"  que me saúdam de trás do balcão, chego-me perto para responder, os italianos respondem à distância, projectando a voz. Um dia aprenderei a ser assim.

Tratei de levantar o bilhete - só ficamos com comprovativo da reserva, o bilhete aguarda-nos lá -, disseram-me que 15 minutos antes podia levantar o audioguida, por isso fui até à igreja antes da visita. Cinco minutos antes da hora, uma guia começa a falar connosco, testamos o som e que maravilha: é a sua voz que ouvimos. Num grupo de 30/35 pessoas, fazendo uma visita, nada mais esperto que a voz de quem nos acompanha chegar tão democraticamente a cada um, sem termos de nos atropelar por um lugar mais perto da sua voz. Parecendo que não, a experiência é outra. Simpática, explicou-nos o que podíamos e não podíamos fazer lá dentro, explicou o percurso e controlos necessários na entrada, fez-nos o enquadramento histórico, e sossegou-nos dizendo que quando entrássemos na sala principal, se calaria uns segundos, para que cada um pudesse ter o seu próprio e único impacto. Gosto de guias com sensibilidade. Lá fomos. 

Num primeiro claustro somos isolados - a porta por onde entrámos fecha-se e a seguinte só abre depois de essa primeira fechar e o grupo anterior sair. Ao som de uns bem relembrados "no video", "no flash, please", entrei no refeitório da igreja de Santa Maria delle Grazie e tive o meu momento. Ao virar-me para a direita, levantei os olhos para a parede e ali estava ela, a ´"Ultima Ceia" e seus azuis, por Da Vinci, a verdadeira, tantas vezes reproduzida por essas salas de jantar. Se me emocionei? Sim. Não sei bem explicar, cada pessoa terá as suas referências, eu vibro com Mestre Leonardo. A cena já foi vista tanta vez, mas chegar ali e ver o original tem definitivamente impacto. 

Enquanto tirávamos fotografias, ouvíamos a guia explicar a luz, orientação e profundidade do affresco Vinciano. Era comum a Última Ceia ser representada em refeitórios de mosteiros, mas Leonardo da Vinci trouxe inovação começando logo por colocar todos os... hum... comensais de um só lado da mesa, criando uma barreira entre nós e a espiritualidade da cena. Além disso, os elementos na arquitectura são poucos, amplificando também ela a espiritualidade do momento, a janela é como uma auréola. Na cara e gestos de cada apóstolo um sentimento diferente, do medo à incredulidade, da indignação à compaixão. Judas segura os seus 30 dinheiros e Pedro uma faca. 

O último restauro da obra de Leonardo da Vinci teve início em 1977 e terminou em 1999, quando finalmente foi aberto ao público. Discute-se se ainda se pode considerar como sendo o original, dadas as reparações de que foi alvo, grande parte passando por repintar por cima da parede, que miraculosamente (ha!) escapou a um bombardeamento em 1943.

Dali seguimos para loja e novo claustro, depois visita à igreja, mas os melhores 15 minutos foram mesmo aqueles em frente à parede do refeitório.

Estive por Bergamo

Pi, 05.12.23

Screenshot 2023-12-06 at 19.48.07.png

Marquei esta viagem quando soube que o Sporting jogava em Bergamo no fim de Novembro. Mas não a marquei apenas com esse intuito, sabendo que seria difícil ter bilhete para o jogo. Desde o ano passado, em que estive em Bolonha e acabei por não ir a Milão, tinha esse plano. Marquei então 5 dias em Bergamo, já a pensar ir a Milão um dia e outra cidade talvez. 

Quando pensei ir a Milão, em 2022, lembrei-me que era giro aproveitar para ver a "Última Ceia" de Da Vinci. Era muito giro, pois era, mas reserva-se com 3 meses de antecedência, eu é que não sabia disso. Ficou adiado, mas aconteceu mais cedo do que (não) pensei. 

Voos e hotel marcados, esperei pela abertura de reservas para o Cenacolo Vinciano, marquei tour ao estádio de San Siro, faltava só esperar que chegasse dia 29 Novembro.

Não começou de forma espectacular porque o voo, para as 17h, atrasou 3h. Assim mesmo: aprsentado na app, nos ecrãs, antes das 17h: 20h. E eu a fazer contas à hora a que ía chegar a Bergamo, mais uma que cá. Sabia que o hotel não era longe da estação e que havia transporte até à uma e meia para o centro da cidade, de qualquer maneira uma cidade desconhecida e onde teria de percorrer algum desse caminho a pé. 

Voo animado, muitas camisolas e cachecóis verdes e brancos. Bilhetes nem por isso, mas eu tinha planos para os dias que se seguiam, estava animada. 

Chegada a Bergamo, segui como planeei: air bus para o centro, gps ligado e caminhar até ao hotel. A cidade dormia, tudo parecia pacato. Pelas duas da manhã estava no quarto, no quentinho, depois de um pequeno diálogo com o rececpionista do hotel, que me pareceu lamentar o quarto ser de não fumadores (eu nunca fumei). Dormi pouco, mas quinta, sexta, sábado e domingo eram dias para descobrir Bergamo, Milão e Brescia que entretanto tinha escolhido para visitar também.