Eu sei que não foi o Tony
Sem o Tony Soprano já fiquei há uns anos. Foi James Gandolfini que morreu.
Não é fácil dissociar James Gandolfini de Tony Soprano, nem eu faço um grande esforço por isso. O próprio se descrevia na vida real como "a 260-Pound Woody Allen", vi este documentário sobre vítimas da Guerra no Iraque (sendo da HBO via-o "em casa", um Tony em missão de solidariedade), vi 4 ou 5 filmes (talvez mais, não sei) com ele e via sempre o Tony mascarado, com óculos, de barba. Uma espécie de JR dos anos 90 (claro que o JR nunca foi outro que não o JR. Não, não foi). Uma vez vi-o contar que alguém lhe abriu a porta e ele viu essa pessoa ficar branca por ter o Tony Soprano à frente e fui ao céu.
James Ganfolfini morreu. Vi ontem antes de me ir deitar, mas já havia tanta informação e desinformação, e a mim interessava muito pouco que fosse verdade, que fui dormir sem confirmar nada, esperando que hoje houvesse indignação com mentiras e nada mais, viveriamos ainda num mundo com Gandolfini eassim. Parece que não.
Isto é triste, e mais triste é eu não ter ou não saber o que fiz a posts sobre Tony Soprano. Mas fica isto: era aquele olhar, entre o "já não te estou a ver bem" e o "vamos lá rever isto mais uma vez que eu não posso matar pessoas assim", e ainda o olhar "vou fazer-me de burro mas toutaver e a ficar sem paciência, mas não se pode desfazer pessoas com as mãos todos os dias" que ele fazia como ninguém. Depois há mais de Tony Soprano a dizer, mas fica para outro dia e outro post.
James Gandolfini morreu. Resta-me rever Tony e os Sopranos pela vida fora as vezes que me apetecer. E com isso eu não me importo nada.