Eu sei que li algures não sei o quê sobre qualquer coisa que faltava ao filme. Não me lembro, nem importa. Não me faltou nada a não ser mais música talvez. Mas isso é um apetite que fica depois de ver Bohemian Rhapsody, não falha de quem o fez.
Vivemos tempos em que tudo tem de ser profundo e justificado. Sinceramente não há muita paciência para fundamentalismo a toda a hora, e no cinema, no entretenimento então menos ainda. Não confundamos com exigência. Adiante.
Eu não vivi Queen ou Freddie Mercury no seu auge. Nem sequer posso dizer que tenha vivido sem ser pela rádio ou cassetes gravadas e desgravadas por cima, com o cuidado de não apanhar vozes em cima da música.
Queen foi primeiro o "Kind of Magic" a das festas de Natal da escola e depois alguns sucessos no Top Disco, teria uma 7 ou 8 anos.
Mas nos anos 90, logo após a morte de Freddie Mercury, ouviu-se muito Queen neste país (e suponho, pelo mundo). Deste tempo sim, tenho memória, ouvia-se, viam-se vídeos, houve uma nova educação para quem queria conhecer Queen. Na altura vi e revi um documentário sobre Freddie Mercury, que já estava meio apagado na minha mente. É dessa altura que me lembro de ouvir o Love of My Life entoado pelo público no Rio de Janeiro, na rádio. Admito que esta versão estava adormecida na minha memória e quando a adivinhei no filme, me arrepiei.
Gostei muito de "Bohemian Rhapsody". Soube um pouco mais da banda (que casting fabuloso, até o Bob Geldof está igual - eu sei que ele não faz parte dos Queen - e o Brian May parece ter sido metido numa máquina do tempo). Não é uma biografia de Freddie Mercury, é uma vida de Queen, na qual ele teve o papel principal quer se queira quer não.
Perceber que "We will Rock You" foi feita a pensar na participação do público, que todos eram tudo na banda, que o memorável Live Aid foi tão à pele e já com Freddie Mercury doente. Saber um pouco mais e ouvir Queen. Há piores idas ao cinema.