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Da vida de Pi

Da vida de Pi... nilla. Vivo de ler e escrever. De ler escritas, de escrever leituras, de debater termos e criar frases. Aqui escrevo da vidinha. Vidinha de Pi, é isso.

Da vida de Pi

Da vida de Pi... nilla. Vivo de ler e escrever. De ler escritas, de escrever leituras, de debater termos e criar frases. Aqui escrevo da vidinha. Vidinha de Pi, é isso.

Epopeia suburbana

Pi, 05.03.15
O meu passe está a dar as últimas. Sim, ao fim de 5 anos, também eu sou uma pessoa que fica a insistir com o chip no torniquete, a dobrar o cartão, a pressionar mais, menos, a deixar passar os outros para ninguém se enervar.  Hoje numa das estações, um segurança, entre o solícito e o autoritário, veio prestar auxílio "posso?" disse ele em tom de ordem. Dei-lhe o cartão, partido na zona em volta do chip. Aqui revelou-se sensível e cristão: "Jesus Cristo!" para logo a seguir não querer ter nada a ver com o assunto: largou o cartão como se tivesse sarna "isso já não vai dar". Rosnei um calmo mas já impaciente "sim, mas ele dá" que o fez dar um passo atrás (foi tudo muito teatral, juro), e felizmente em três segundos a porta abriu mesmo.  Devo dizer que os seguranças do Cais do Sodré têm outro trato, bem mais fácil. Ajudam, abrem a porta sem dramas e aconselham "amanhã se precisar, é só pedir ajuda". 

De qualquer forma, claro que já me informei sobre a segunda via e perante o cenário, preferia os trabalhinhos de Hércules. Em 2015 pedir uma segunda via só não exige papel timbrado de 25 linhas, de resto é a burocracia total.  Fui ao gabinete de apoio ao cliente para saber o que era preciso, uma vez que as filas na bilheteira eram grandes. Ia preparada para o "não é aqui, tem de ir à bilheteira", mas vá, não estamos assim tão atrasados no atendimento. Também me recuso a celebrar isso, porque devia ter sido sempre assim. Disse ao que ia e aqui começou uma espiral cada vez mais rápida de instruções: "preenche isto e entrega ali, e diz à minha colega que precisa de uma guia. E a minha colega dá-lhe isso, que depois entrega aqui. Se quiser urgência, como se calhar já não o consegue carregar, tem de pedir lá ao pé de si. Paga 12 euros mas tem o cartão na data em que este acaba. Pede lá, depois entrega à minha colega ali e pede que lhe dê isto para entregar aqui. Mas a guia pede aqui." Fiquei zonza. Entretanto consegui carregar, mas para ajudar, o recibo do multibanco saiu sem tinta. Espectacular! Também ouvi um "isto não é nosso" (sendo "Nós, a malta", os comboios) e que por isso talvez não me dêem a guia, e a devo pedir no metro - a guia que me permite circular, enquanto estes fofos demoram dias e dias a activar uma bodega de um cartão que abre portas - e até aposto que me deixam tratar de tudo com "eles" até ao ponto em que me dirão "ah...  Mas não sendo nosso não lhe podemos dar a guia, e como já entregou não há nada a fazer...". Estou a ver o filme, tentarei antecipar-me, mas temo o pior.  Não quero ser chata, mas isto em 2015 não devia ser um botão a dizer "2a via" com um procedimento burocrático longe dos olhos do utilizador, escondido atrás de um site bonito e tal? Esta mania de que somos servidores dos transportes que pagamos para usar, em vez do contrário cada vez me faz mais confusão. Um cartão de acesso não leva tanto tempo. Nem mesmo um cartão de telemóvel com todos os serviços e tarifários, por favor. Mas se eu pagar 12 euros fazem o jeitinho. Adoro. 

Sim sim, este vai via Mobile

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