Da vida de Pi... nilla.
Vivo de ler e escrever. De ler escritas, de escrever leituras, de debater termos e criar frases.
Aqui escrevo da vidinha. Vidinha de Pi, é isso.
Da vida de Pi... nilla.
Vivo de ler e escrever. De ler escritas, de escrever leituras, de debater termos e criar frases.
Aqui escrevo da vidinha. Vidinha de Pi, é isso.
Lisboa, seis e meia da tarde. Não sei quantos graus estão, mas não são muitos. Choveu e sente-se no ar que foi chuva gelada. Na estação do comboio, duas miúdas fumam e conversam. Uma sentada num banco, a outra no chão. Sentada no chão de pedra, que calculo não estar muito convidativo. O meu segundo pensamento - o primeiro foi "ai, é doida, que gelo!" - foi que há idades muito parvas. Ali sentada, a fumar, a desabafar as injustiças de amigos e namorados, a fechar a semana de conversa com a amiga. E se calhar há de facto idades parvas e a minha até é uma delas. Mas eu lembro-me de gostar de me sentar no chão, nos intervalos do liceu era o meu poiso favorito. Também me lembro de ser friorenta toda a vida, ter-me-ei sentado ao frio? Não me lembro, não vou jurar que não. Molhas por querer andar de blusão de ganga sei que apanhei. Continuo a achar uma maluquice, a rasar o desporto radical, ela estar ali sentada (nem casaco tinha, senhores) no chão frio, ao frio. Tem de ter frio. Enfim, pode gostar. A moral aqui é um bocadinho: deixa as miúdas, pá.
Não deve de ser da idade, pois eu sempre fui friorenta e acredito que se tivesse menos uns 25 não me conseguia vestir como muitas que vejo. barriguinha à mostra, saias que são autênticos cintos descaídos, sem falar da falta de casaco. Só de olhar arrepia.