Audioli e recomendo: Born a Crime
Pi, 06.09.20
Terminei há pouco de (audio)ler “Born a Crime” de Trevor Noah, lido pelo próprio.
Sim, eu audioleio. Leio, e-leio, e audioleio. Não estranho os diferentes formatos, gosto de folhear um livro, do seu cheiro, mas quando preciso de andar e desandar, o audiobook releva-se extremamente útil e o e-book muito leve. Adiante.
A vantagem de ouvir Trevor Noah ler a sua biografia, é que lhe sai como se nos estivesse a contar como foi a sua infância, aqui ao lado, como se estivéssemos à mesa com um amigo. Recomendo a versão original e audio, sem dúvida.
O título - “Born a Crime”, traduzido como “Sou um crime” na versão portuguesa, creio - reflecte todo o crescimento de Noah, filho de mãe negra e pai branco, em 1984, numa Africa do Sul em que tal união era crime. Desde viver resguardado pelo seu tom de pele, a uma avó que repreendia os seus primos de forma diferente por não saber como castigar um rapaz branco, todo um mundo que sabemos que existiu, mas contado pelos olhos de uma, na altura, criança, é um testemunho imperdível.
Destaco o hilariante capítulo “Go Hitler”. Não se trata desse Hitler, é um amigo de Trevor que tem esse nome, mas contar mais estraga a graça dessa passagem.É cómico e triste ao mesmo tempo, há dois mundos que chocam sem que nenhum dos dois perceba o outro.
“Born a Crime” informa e entretém, sem a presunção de mudar o mundo, mas contá-lo - uma parte dele, enfim - como era (ainda é em muitas vertentes, claro).