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Da vida de Pi

Da vida de Pi... nilla. Vivo de ler e escrever. De ler escritas, de escrever leituras, de debater termos e criar frases. Aqui escrevo da vidinha. Vidinha de Pi, é isso.

Da vida de Pi

Da vida de Pi... nilla. Vivo de ler e escrever. De ler escritas, de escrever leituras, de debater termos e criar frases. Aqui escrevo da vidinha. Vidinha de Pi, é isso.

O Livro das Coisas Boas (by yours truly)

Pi, 22.12.16

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Verdade, este livro tem textos meus! O desafio foi lançado e eu aceitei-o. A ideia estava pensada, era preciso dar corpo - e alguma graça, sempre que possível - ao texto. Dei-lhe umas voltas, juntei umas ideias e escrevi.

Apesar de ter textos, é um livro para cada um preencher como quiser. Recortes, desenhos, palavras, cores mil ou um só tom. Massinhas, lantejoulas, bilhetes e bilhetinhos. A ideia é ficar com memórias físicas e portáteis. Ou desejos por concretizar. Pretendo começar o meu em janeiro, mas podia começar em qualquer altura.

Este livro não seria o mesmo sem as ilustrações da Lucy Pepper, é indiscutível. Imagens que dizem tudo, sem interferir com o conteúdo que cada pessoa escolher para estas páginas.

 

Tenho recebido opiniões e palavras simpáticas. Deixo algumas das que estão online: 

 

Estante de Livros 

Num mundo em que o digital domina as nossas vidas, a necessidade de nos desligarmos é, parece-me, cada vez maior. A minha perceção pessoal é que a vontade de voltar ao papel e à escrita à mão está em crescendo, e ainda que me agradem sobremaneira as possibilidades e facilidades que os smartphones e toda a restante tecnologia me oferecem, acho que continua a existir magia nos objetos físicos e em coisas que criamos de raiz com as nossas próprias mãos.

 

As leituras da Fernanda

Há uns dias, caiu no meu colo um livrinho muito singular:
O Livro das Coisas Boas.
Achei-o um verdadeiro mimo, e tenho cá a impressão que vão haver umas certas pessoas a recebê-lo neste Natal. ;)

 

Menina dos Policiais 

 

Flames

(...)neste livro tudo é permitido, por isso se vos apetecer desenhar, pintar, cortar, rasgar, esfregar... podem fazê-lo. Assim, este não é mais um daqueles livros onde precisará se sair de casa e ir comprar material de desenho. É um livro que agradará a um público mais vasto, de miúdos a graúdos onde escrever é a palavra de ordem.

 

Ler é Viver

É um livro muito especial, porque é um livro sobre nós mesmos, sobre a nossa vida, sobre o que de melhor nos aconteceu e sobre o que de melhor há em nós. Vai-nos trazer alegria e conforto e vai-nos fazer felizes, muito felizes! É um livro sobre coisas boas! E quem não precisa de coisas boas?! 

 

Esta opinião capturou exactamente o meu objectivo ao escrever os textos do Livro das Coisas Boas. Fico contente por ter conseguido passar a ideia:

As leituras do corvo

E depois há os pequenos textos a apresentar cada categoria. Sim, é provável que o mais importante seja o que quem o preenche tem para recordar. Mas há, naquelas curtas palavrinhas, uma certa insinuação de liberdade, quase como que uma compreensão sem reservas, que, além de inspirar, incentiva, pois realça o carácter pessoal e intransmissível das memórias. E assim, retira-lhe todos os julgamentos.

 

Ainda para guardar no próprio: o Natal está aí, e o Livro das Coisas Boas entrou no top da Fnac esta semana. *saltinhos*

"Vai correr tudo bem, eu sei". E como, pergunto

Pi, 03.09.14

 

A leviandade com que se diz e escreve "Nós sabemos que vai correr tudo bem". Sabem como? Sabem nada. Posso ser eu com a densidade emocional de um muro, eu que nunca fui de feelings e continuo a não ser. Acredito mas raramente tenho certezas sobre os destinos dos outros. Posso também ser eu que levo tudo demasiado à letra, no fundo sei que as pessoas só querem mostrar que estão solidárias. Mas a certeza dos outros é uma coisa de que fujo, o perigo de me agarrar a ela é enorme, e ela ser falível idem, prefiro não a ver.
Uma flor no cabelo, um por do sol, um hino não trazem melhor ou pior sorte a ninguém. Tal como fechar-se a tudo isso não trará necessariamente a penumbra ou a felicidade eterna. As coisas são aqui e agora, e ninguém pode saber se vão muito correr bem ou muito mal. Há dez dias estava tudo bem, hoje está tudo mal. Não é nada que me seja próximo, ou muito próximo, mas a mediatização trouxe-os até mim e acompanho. A medo, muito medo, com uma distância segura e de muito respeito por tudo porque mais perto de mim há semelhante.
Fácil, facílimo passar numa rede social e deixar um "Eu sei que vai correr tudo bem" e quando corre tudo mal, oops, estranho, eu tinha tanta certeza... Não se confundam: esperança, fé, o que queiram, é uma coisa e cada um tem a que quiser, em quantidades astronómicas se assim o entender e tiver forças. Por certezas tenho muito respeito e não acredito em todas, se é que nalguma.

Isto não vai demorar nada. Jonet revisitada

Pi, 02.04.14

Há muitas vezes um silêncio quando alguém diz mal do facebook ou outra rede social. Se calhar por não acharmos fundamental defender, cada um está onde quer estar, quem não quer ter nenhuma não tem e vivemos bem assim. 

Mas depois há estes momentos em que acho o silêncio injusto. Cada um fará o que entender com o facebook, e se for só ter jogos pois seja. Eu uso para tudo e mais um par de botas.
Ao ler hoje (eu sei, ainda leio, para quê? Não sei, é o meu acidente na estrada, para esses não olho, olho para isto) as declarações de Isabel Jonet sobre os desempregados e as redes sociais, não consigo não dizer nada. Porque mais uma vez se generaliza sem, imagino eu, saber. 
Num resumo, direi apenas: 
  • em ano e meio desempregada, os trabalhos e contactos que maior efeito surtiram nesse sentido surgiram através do facebook. 
  • antes de estar desempregada também foi por ali que fui contactada para os melhores trabalhos que já fiz.
  • neste ano e meio tomei conta de dois bebés, cujos pais são meus amigos de infância e não teria reencontrado se não fosse pelo Facebook 
Eu sou uma pessoa tímida, quem me lê no facebook ou me segue no twitter não o diz. Mas mesmo que não o fosse, há coisas que escrevemos mais facilmente do que surgem numa conversa falada (ou numa entrevista de trabalho, já que estamos nesse âmbito). E chegam a mais pessoas numa rede social, e ainda bem, não tenho dúvidas que foi assim que muitas pessoas me foram conhecendo um pouco melhor, e elogios e cumprimentos ao que digo e penso - mesmo que sejam delírios, tolices, o que me dá na real gana, nunca escrevo nada muito profundo, garanto - só puderam existir porque me leram, porque eu estava no facebook/twitter. Se isso um dia me dará novo emprego? Não sei, mas não me distrai certamente de o continuar a procurar.
 
Para terminar, e não quero confundir pessoa e Instituição, para a qual contribuo, muito menos o trabalho dos voluntários que nada têm que ver com isto, a verdade é que precisando mais depressa pedia um ovo no facebook que ao Banco Alimentar. E sei que o receberia. 
(também publicado ali no Delito)

Apelo da questão. Parem com isso

Pi, 28.05.13

Caras pessoas, parem de usar o verbo questionar em todo o lugar onde usariam o perguntar, por favor. 

"Estou-lhe a questionar" não existe, fere-me os ouvidos cada vez que o oiço. 

"Eu questionei o cliente" é mau, o cliente não vai gostar de ser posto em causa. Perguntar ao cliente não tem nada de mal, "perguntei-lhe" já está bom, não mexam mais. 

"Muita gente me questiona por que razão" já é só sobrecarga de palavras. 

 

Colocar uma questão é o limite. Tudo o resto é colocar em causa o objecto da mesma. Perguntem à vontade, mas perguntem, não questionem. 

Ficamos assim, perguntem mas não me questionem nisto. 

XOxOX