Fabio Cannavaro foi o capitão da squadra azzurra, campeã do mundo em 2006.
Essa equipa tem uma óptima gestão de relações públicas, digamos assim. Desde o grupo de whatsapp com todos, ao livro "La Nostra Bambina" onde cada um conta um episódio que lhe ocorra, não necessariamente sobre si, são 14 anos que não deixam quem os segue, cair no esquecimento. Sigo várias contas não só dos jogadores, como de fãs da Azzurra no instagram e sou constantemente brindada com memórias e celebrações daqueles dias de 2006.
Por estes dias, Itália vive o pesadelo que se sabe e chovem-me no feed fotografias do mundial na Alemanha como forma de manter o espírito de campeões, animar as hostes, recordar aquela alegria. A juntar a isso, e para angariar fundos, os jogadores dessa equipa estão muito activos por lá. Cannavaro contacta diariamente um deles - apesar de também ligar a outros jogadores - e conversam um pouco. Falam sobre aquele tempo, sobre o que fazem agora, como estão as coisas no local onde vivem (os irmãos Cannavaro estão ambos na China, por exemplo). Tem sido um quentinho cá dentro. Se falo italiano? Não falo, mas percebo grande parte do que dizem. Mesmo que não percebesse, ouvir os Ciao, os bene, já seria música para os meus ouvidos.
Esta fotografia é das minha preferidas de 2006. Pirlo abraça Cannavaro antes de Grosso partir para a bola, no penalty que lhe daria o título, e hoje sei que lhe pergunta "se ele marca, ganhamos o mundial? Mas tens a certeza?". No directo com Pirlo, a semana passada, falaram ambos na foto. Segundo Cannavaro "a nossa foto é digna de poster". Confirmo, até de edredon.
Por estes dias está prometido que liga a Totti e Gigi Buffon. Mal posso esperar.
É também por momentos destes que insisto: não são as redes sociais que são nocivas, as redes são o que fizermos delas.
Então, não, ao fim da tarde não posso, tenho Cannavaro para ouvir.