Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Da vida de Pi

Da vida de Pi... nilla. Vivo de ler e escrever. De ler escritas, de escrever leituras, de debater termos e criar frases. Aqui escrevo da vidinha. Vidinha de Pi, é isso.

Da vida de Pi

Da vida de Pi... nilla. Vivo de ler e escrever. De ler escritas, de escrever leituras, de debater termos e criar frases. Aqui escrevo da vidinha. Vidinha de Pi, é isso.

Coisas que só na rua

Pi, 10.04.20

Eu tomo café em casa, juro que sim e me sabe muito bem. Mas um dia destes veio-me à cabeça a bica ao balcão. Não sofro com não o poder fazer agora, não chega a tanto, mas foi uma saudade verdadeira que senti. 

O café na rua é um ritual que deixa alguma marca. Isso e o peixe frito, também me tem apetecido e não o farei em casa só por ter saudades. Prometo! 

Ao fim do dia não posso, tenho Cannavaro

Pi, 06.04.20

Fabio Cannavaro foi o capitão da squadra azzurra, campeã do mundo em 2006. 

Essa equipa tem uma óptima gestão de relações públicas, digamos assim. Desde o grupo de whatsapp com todos, ao livro "La Nostra Bambina" onde cada um conta um episódio que lhe ocorra, não necessariamente sobre si, são 14 anos que não deixam quem os segue, cair no esquecimento. Sigo várias contas não só dos jogadores, como de fãs da Azzurra no instagram e sou constantemente brindada com memórias e celebrações daqueles dias de 2006.

Por estes dias, Itália vive o pesadelo que se sabe e chovem-me no feed fotografias do mundial na Alemanha como forma de manter o espírito de campeões, animar as hostes, recordar aquela alegria. A juntar a isso, e para angariar fundos, os jogadores dessa equipa estão muito activos por lá. Cannavaro contacta diariamente um deles - apesar de também ligar a outros jogadores - e conversam um pouco. Falam sobre aquele tempo, sobre o que fazem agora, como estão as coisas no local onde vivem (os irmãos Cannavaro estão ambos na China, por exemplo). Tem sido um quentinho cá dentro. Se falo italiano? Não falo, mas percebo grande parte do que dizem. Mesmo que não percebesse, ouvir os Ciao, os bene, já seria música para os meus ouvidos. 

Esta fotografia é das minha preferidas de 2006. Pirlo abraça Cannavaro antes de Grosso partir para a bola, no penalty que lhe daria o título, e hoje sei que lhe pergunta "se ele marca, ganhamos o mundial? Mas tens a certeza?". No directo com Pirlo, a semana passada, falaram ambos na foto. Segundo Cannavaro "a nossa foto é digna de poster". Confirmo, até de edredon. 

download.jpeg

Por estes dias está prometido que liga a Totti e Gigi Buffon. Mal posso esperar. 

É também por momentos destes que insisto: não são as redes sociais que são nocivas, as redes são o que fizermos delas.

Então, não, ao fim da tarde não posso, tenho Cannavaro para ouvir. 

Muitos posts começarão assim nesta altura

Pi, 05.04.20

Estou em casa desde dia 13 de Março à hora de almoço, em teletrabalho. Passaram três semanas e eu podia jurar que eram duas, pelo que não posso dizer que me esteja ser muito difícil.

O que sinto nesta altura é que os dias de trabalho ajudam as horas a passar, mas também chego a sexta - quando não trabalho ao fim de semana - a precisar de um fim de semana. Sem sair de casa, é certo, mas não deixam de ser dois dias para descansar, fazer coisas diferentes ou mesmo só ver as tais horas a passar. Nem que seja para dar valor aos dias de semana, que por sua vez, me fazem ansiar pelos outros dois, de fim de semana. Tudo normal, portanto. 

Mantenho a rotina o mais regular possível, refeições nos horários habituais, pausas e algum exercício. TV, streaming, redes sociais, livros, música compõem o resto dos dias. 

Vamos manter-nos como estamos. Por nós, mas sobretudo pelos que não podem mesmo ficar em casa. Se formos menos a circular, melhor. 

Vamos ficar todos apanhados

Pi, 20.03.20

Ando a ver finalmente a série "Vikings". Levei algum tempo porque já não achava a primeira temporada, as reposições começavam mais à frente e houve outras coisas para ver. Mas finalmente estão disponiveis as primeiras três temporadas e lá travei conhecimento com Ragnar Lothbrok e o seu bando. 

Gosto muito desse loiro e seus companheiros, já a série podia ser melhor. Dou demasiadas vezes por mim a pensar "eles diriam isto assim, de forma tão moderna?", "o sinal da cruz já seria este?". Mas enfim, gosto de vikings, gosto de séries com alguma violência, e quero seguir até ao fim. 

Como estou a ver nesta fase em que estamos em isolamento, com recomendações simples sobejamente divulgadas pela DGS e um pouco por todo o lado, um dia destes, no meio de esquartejamentos, aldeias dizimadas, vi uma cena em que uma personagem, concluindo a sua consulta ao oráculo lá do sítio, lhe lambe a mão.  Pensei um "NÃÃÃÃOOO!" aflito. 

Esventrar inimigos, tudo bem. Lamber mãos, tenham lá paciência, mas de momento, não. 

 

Cá estamos, não é?

Pi, 20.03.20

Então foi cair-nos esta agora em cima...

Estamos de quarentena, é oficial. Voluntária ou não, está o mundo em suspenso com o novo coronavirus (é novo porque coronas há muitos). 

Eu estou há uma semana a trabalhar de casa e tem corrido bem. Uma das primeiras coisas que eu e a minha equipa notámos, foi que estarmos permanentemente online nesta fase é muito fácil, mas não é o ideal. Organizamo-nos, conseguimos estar bastante tempo em contacto, mas é fundamental ter outras rotinas por casa. 

Hoje sinto que é sexta, não porque vá sair ou andar por aí, mas posso descansar. Amanhã vou fazer coisas diferentes, embora me mantenha online e contactável. 

Não sou ninguém para dar conselhos, acho importante que mantenhamos actividades, cabeça ocupada e hábitos saudáveis.

Ler e ouvir notícias que tenham base nos boletins da DGS, não abrir a porta a burlões - como é que há sempre gente pronta a aproveitar-se de tudo? -, e tirar a cabeça disto, ler aquele livro que tem sido adiado, ver uma série mesmo que aos bocadinhos, fazer exercício, meditar para quem é de meditar. Há muita coisa online, muita gente a oferecer os seus serviços e conteúdos. Definitivamente não estamos sozinhos, mesmo que vivamos assim.