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Da vida de Pi

Da vida de Pi... nilla. Vivo de ler e escrever. De ler escritas, de escrever leituras, de debater termos e criar frases. Aqui escrevo da vidinha. Vidinha de Pi, é isso.

Da vida de Pi

Da vida de Pi... nilla. Vivo de ler e escrever. De ler escritas, de escrever leituras, de debater termos e criar frases. Aqui escrevo da vidinha. Vidinha de Pi, é isso.

12 anos de D

Pi, 13.10.16

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Enquanto não começa o Sporting, e o dia de anos do D, que até é do Benfica, ainda dura, celebremos com mais uma memória. 

Conto muitas vezes estas duas  histórias mas acho que nunca as deixei escritas, e são dos momentos mais hilariantes, deliciosos e tão d-escos a que assisti ainda ele era pequenino. 

Na primeira, o D teria uns três anos e foi com o irmão J a minha casa - ainda dos meus pais na altura - e na cozinha, provou mel. A cena que guardo é: o J, de olhos grandes e vidrados no irmão, ao colo da minha mãe, sentados à mesa da cozinha, eu de pé, ao lado do D. E ele, a estrela deste momento, no meio da cozinha, calções de ganga e t-shirt. Come uma colher de mel, levanta a cabeça,  fecha os olhos com um "mmmmm..." e quando os volta a abrir, declara: "É MACIOSO..." 

Aproveito para dizer que "macioso" é um termo ainda hoje usado por mim, pela minha mãe e uma ou outra amiga a quem contei. 

 

Na outra história ele era mais pequeno, teria dois anos e muito pouco. Tínhamos saído - eu, com ele e os pais - e no regresso ao carro, o D reclamava com qualquer coisa com que bebés de dois anos reclamam. Já  falava, mas não me lembro do que dizia, demos pouca atenção ao refilar, não era dramático sequer, era uma resmunguice lá dele. 

Enquanto a mãe o sentava na cadeirinha, lhe punha o cinto e ia dizendo: "sim, D...  Pois, D...", ele - totalmente dependente, relembro, dois anos, mãe a prendê-lo na cadeira de bebé - de voz de bebé, fala de bebé, olhar e bracinho desafiantes, conclui o protesto:

- Então, vou pro Algarve! 

 

Sim, ainda estou a rir. Rio sempre que me lembro. 

8 anos de J

Pi, 21.10.14

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Ai Bolota, que este dia está ao tropeção. Foi a greve, foi o amuo, foi o caminho, e o trabalho, e agora ali à mesa de almoço escrevi-te isto assim também ma bequinha na bisga. Achas que 21 de outubro está destinado a ser assim, tudo a correr? Se calhar sim, pois é. 

Este dia é teu, reivindicaste-o para ti. Eras esperado mais tarde, para 31. Estiveste marcado para 26 parece-me, para chegares calma e ordeiramente. Calma e ordeiramente, tu... Não, dia 21 estava bem para ti e vieste conhecer o mundo nesta data (muito querida a partir aí). E foi o que fizeste desde então, reclamas o teu espaço e tempo, foste o mais novo até há um ano e pouco e isso nunca te atrapalhou. És um charminho reivindicativo e refilão, e um charminho muito meiguinho também.
 
Reclamavas até há pouco tempo já não te chamar "Bolotinha". És e serás sempre o meu Bolota. O que eu acho que não sabes é que além de Bolota/Bolotinha foste "Bolinha", "Bola", "Boloni", "Laszlo" todos derivados uns dos outros. Também não é importante, o tempo passa a correr e um pequeno furacão como tu não tem tempo a perder. 
 
Felizes 8 anos, Bolota meu. 

Dez anos de D.

Pi, 13.10.14

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Faz hoje dez anos. Começou o mês passado o 5º ano. Estávamos em 2004 e eu recebi a chamada do pai "já podes por no msn que és madrinha do D".

O D aos dez anos é um menino inteligente, simpático, dado, tem uns laivos de sarcasmo ao mesmo tempo que é ingénuo qb, é vivaço e também fica no seu canto a jogar ou a ler se lhe apetecer. Não é um espertalhão sempre pronto para a próxima marosca, na mesma medida em que também não é um santo. Eu sou suspeita no que toca a falar do D, não que o veja como o anjo perfeito - quem acha graça a isso? - mas até nos defeitos vejo alguma graça.

Tem sido giro ultimamente saber como lida com os sucessos e hipotéticos insucessos na escola. Começou há um tempo a perceber que é bom aluno e faz uns malabarismos psicológicos com isso. Mas o brio acabará por falar sempre mais alto, estou certa.

Parabéns, D querido.

Bê. 9 meses

Pi, 31.03.14

 

Vamos lá deixar em post a Bê aos 9 meses, que uma pessoa acha que se lembra para sempre e depois dá por si e mistura os bebés quando eram bebés porque eles crescem e já têm não sei quantos anos, houve mais bebés e é tudo uma grande nuvem.

 

Reclamava da cama. Ria quando a mãe a foi buscar. Já não me estranha como há um ou dois meses, sorriu e deu-me os bracinhos para lhe pegar. 

 

Os vincos nos pulsos e pescoço. As bocas, o olho muito azul e redondo. O dedinho gorduchito no meu colar.

Esteve sentada a brincar. Continua a querer fazer mais do que consegue, abre e fecha as mãos quando quer alguma coisa que ainda não consegue. 

Lanchou iogurte. Muito bem lanchado. 

Dorme pouco, sorri muito. Está uma fofa.

Dei-lhes livros

Pi, 26.01.14

Livros, pensei, mas eles vão achar uma seca.

Vi livros de piadas, adivinhas e charadas. 365 cada um, uma para cada dia do ano. Podia ser que me safasse assim.

Lembro-me de ter os Flores para Crianças e Novas Flores para Crianças e devorar as piadas. De as perceber sozinha. Estão ambos nessas idades e arrisquei.  

Gostaram, pegaram-lhes e andaram a contar anedotas pela casa. 

D nem o casaco tirou. 

 

 

 

Bernardo (bullied)

Pi, 24.05.13

O Bernardo não me é nada. Nada que o sangue defina, porque na verdade o Bernardo é-me muito. O Bernardo e o irmão são os meus meninos, my boys, os mais de todos e tudo. São os que acompanho há mais tempo e desde que nasceram, tive cada um ao colo com dias e de lá para cá somos os três amigos. 

O azar do Martim foi eu assistir ao seu número unido-a-um-irritamos-o-outro aplicado a Bernardo e irmão. Irmãos tanto brincam como se pegam, já sabemos, e o Bernardo e o irmão não são diferentes. O Martim é aquele terceiro elemento que adora ver os outros em guerra. Fez isso aos irmãos, à minha frente, juntava-se a um para irritarem o outro, e eu a vê-los naquela dança. Diplomaticamente lá repus ordem na coisa e fiquei atenta, tirei-lhe a pinta. Mas tudo isto é relativamente normal entre miúdos. Pior é a espiral em que isto entrou e o patrocínio dos pais, lá está, sempre presente. O Martim nunca se porta mal, é o máximo. É-lhe dada confiança como se tivesse quinze ou dezasseis anos e espera-se que ele perceba isso. Ora, o Martim tem 8... a culpa não é decididamente só dele. Mas adiante.

O Bernardo - e eu sou muuuuuito suspeita, assumo tudo - é um miúdo esperto, vivaço, inteligente e engraçado. São ingénuos com os seus 8 e 6 anos, ele e o irmão. Ficam a olhar para miudos como o Martim, sabichões e gabarolas, entre o maravilhados e o confusos. Depois tentam naturalmente seguir-lhes os passos, fazer como ele faz. Mas isso era antes, espero que este tempo tenha ficado para trás. 

Então o estaferminho do Martim, não vim eu agora a saber, andava com outro a atormentar o meu Bernardinho. Estapores.

Custa horrores saber isto, saber que ele andava com medo mas calava e aguentava as chapadinhas, o gozo. Saber que inclusivamente teve um grito de socorro na escola mas não foi propriamente atendido (sem comentários, esta parte). Felizmente está identificado e espera-se que a coisa pare. 

Os pais do Martim se souberem, tenho zero dúvidas, encontrarão uma justificação para comportamento do seu herói. 

Nunca um Martim chegará aos calcanhares do meu Bernardo, e ele até é mais pequeno. Mas jamais.

 

E se isto se tivesse passado com o irmão do Bernardo, já o Martim tinha levado duas dentadas e um empurrão para ver se acalmava.  Pena não ter sido com ele. 

Martim (o pequeno bully)

Pi, 24.05.13

O Martim não me é nada. Nada, vi-o umas duas ou três vezes a brincar com filhos de amigos. Mas deu para ver uma ou outra coisa de que gostei muito pouco. 

Cara de anjo, enormes olhos azuis, cabelo em caracois grandes e lindos. O Martim tem cara de boneco e comportamento de demóniozinho. Uma peste, e eu não me importo com pestes. Pior são as pestinhas camufladas, os sonsos. E o Martim é desses. Junta-se a um para irritar um terceiro e ri quando isso acontece. Se um adulto chega, fica com cara de santo. Um sonsinho portanto, nada mais. 

A culpa não é do Martim. Embora já tenha idade (8 anos) para se saber comportar, e até estivesse a tempo de ser corrigido nas palermices que faz aos outros, mas o patrocínio dos pais não vai nesse sentido. Vejamos. 

O Martim é o ídolo do pai e da mãe. Não falo de admirarem o miúdo, adorarem o rebento. Tudo isso é normalíssimo. O problema está quando os pais veneram e alteram a própria vida por causa do Martim (e não, o Martim não é filho único há uns 2 anos). O Martim manda, lá em casa... e na dos outros se o deixarem, manda nos jantares dos pais e amigos dos pais, nos almoços da escola (não nos da escola, mas se não lhe apetece o que há alguém o acudirá), nas saídas, nas viagens, nas férias, nas festas. O Martim está um fedelho mimado e os pais aplaudem e encobrem. Nem vêem, se é que isso é possível. Piora quando o Martim é tratado como crescido durante o dia (para os amigos da escola o Martim é o que "já" faz tudo, é o pioneiro nas coisas de crescido) e bebé à noite (e sobre isto não comentarei mais que isso não me diz respeito, mas fica o vinco feito). 

Na turma o Martim é o líder. Um péssimo líder, mas é-o. Há coisas normalíssimas entre miúdos, mas tudo junto, o Martim e os pais precisam de acordar para a vidinha e o resto é conversa. Há tristezas dos miúdos, desavenças entre todos, mas o Martim sai sempre ileso. E não quero com isto dizer que desejo mal ao crianço, mas gostava muito que um dia, um só dia ele sentisse o que faz aos outros. 


Segue post relacionado (pode conter algum desprezo)

 

J, 6 anos

Pi, 28.04.13

Jogamos Monopoly Junior Party e eu calho na "Festa das Princesas". Os irmãos perguntam-me se quero comprar. 

 

"Sim, gosto muito de festas de princesas"

"Grande gostamento..." ❤

 

Mais tarde ceninha de ciumes do irmão sanada com beijinhos e cócegas. 

 

Panterada (cor-de-rosa) os 3 aninhados. 

 

*dobra o cantinho*