Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Da vida de Pi

Da vida de Pi... nilla. Vivo de ler e escrever. De ler escritas, de escrever leituras, de debater termos e criar frases. Aqui escrevo da vidinha. Vidinha de Pi, é isso.

Da vida de Pi

Da vida de Pi... nilla. Vivo de ler e escrever. De ler escritas, de escrever leituras, de debater termos e criar frases. Aqui escrevo da vidinha. Vidinha de Pi, é isso.

Pela não vulgarização das reticências

Pi, 26.05.16

Li ali, não interessa onde, (foi no Facebook, pronto) uma pessoa defender o seu discurso pontuado exclusivamente por reticências, com o argumento "é.. Para fazer... Pausas... Na conversa..."

Vamos lá a ver uma coisa: a gramática prevê pausas, chamam-se vírgulas e pontos finais. As reticências, para quem sabe ler, deixam uma ideia no ar, ou arrastam o discurso. Que ideia é esta de que são pausas? Se... Eu... Escrever um post... Assim... Isto não irrita ler?

De repente, há esta convicção de que pontuar tudo e um par de botas com três pontinhos está certo. Conta os três pontos de exclamação já, e bem, indignação. E este abuso das reticências? Ridículo, no mínimo.

Eu assumo que nem sempre ponho uma vírgula no lugar certo, se calhar faço parágrafos que podiam estar num só, mas... Esta... Coisa... Aborrecida... Das reticências... A... Fazer... Uma frase... Não, tenham paciência, mas as reticências eu sei bem quando usar.

As reticências são maravilhosas para a ironia e o sarcasmo, por exemplo. São óptimas para um flirtzinho ou uma picardia. Não as banalizem, se faz favor.

Natal

Pi, 23.12.15

Ah, o Natal. Altura de amor, paz e tolerânc... espera chamas filhoses aos coscorões?! E sonhos às filhoses, às quais chamas velhoses? Quê?! Be-lhoses! Cada vez pior, não mereces o Natal!

 

Vá lá pessoas com Facebook e problemas por resolver, roupa velha e farrapo é o mesmo (a sério, se pensarem são mesmo sinonimos), e se têm nomes e hábitos diferentes no Natal, há formas civilizadas de o partilharem. Até pode ser engraçado respeitar o próximo, prometo.

Já tinha ouvido falar mas nunca me tinha tocado ver tão de perto II

Pi, 11.11.15

Um dia destes, em pleno estabelecimento de restauração e paezinhos quentes, um casal nos seus vinte e poucos - é irrelevante a idade, só serve mesmo para quem lê visualizar -... Como vos dizer isto? Não há outra forma: parecia que se cantavam! Na verdade, e não melhora aviso já, procuravam e espremiam borbulhame e pontos negros um ao outro.

Nojo. Nojo. Nojo. Não lhes tirei uma foto para humilhação em praça pública por nojo e decoro. Nojo. Nojo. Nojo. Fugi a correr e nunca mais parei.

Já tinha ouvido falar mas nunca me tinha tocado ver tão de perto

Pi, 09.11.15

Pessoas que tomam o pequeno-almoço no comboio. Já tinha ouvido falar, já tinha avistado vagamente, mas há dias calhou-me uma no lugar ao lado.

O número consiste na exibição de tigela ou caixa de plástico, corn flakes no caso, mas podem ser postos cereais prensados, e leite, achocolatado ali, do pacote para a dita caixa. Comer entre estações e apeadeiros.

Não teve tempo para comer em casa, é isso? Está entre destinos e sem tempo? Enjoa se não comer sobre carris? É uma superstição? Não sei, parece-me uma trabalheira, mas claro que tirando o cheiro enjoativissimo, a minha liberdade acaba onde começa a colher em inox da minha companheira de viagem. Felizmente tudo isto foi efémero.

Guardem isto com a vossa vida

Pi, 29.09.15

Vou dar uma dica - ya é granda dica - para o dia a dia. Por Deus, é uma dica para a vidinha, senhores, guardem-na com a própria vida.

Se estão em atendimento, se trocam uma palavra com um estranho, valha-me Deus, se andam sobre este planeta, atentem: 

O tratamento por você não usa literalmente a palavra "você". 

Supresa. É verdade, a menos que falem muito afectado, saídinhos da Gandarinha, ou sejam o bêbedo da aldeia, não se diz "mas onde é que você quer ir?" se alguém pede uma informação, não se diz  "você vai por ali" ou "só se você quiser fazer assim". O você omite-se e fica logo tudo muito mais lindo: "onde quer ir?", "vai por ali", "só se quiser fazer assim". Cá está, nem arranha os ouvidos. 

É claro que esta dica não é para quem ler este post, nós somos pessoas que sabem falar. É para espalharmos a palavra (da não palavra "você") por esse mundo. Numa evangelização do falar civilizadinho.

 

Dedicado à palerminha da gravatinha da fardinha que não me soube dar uma informaçãozinha, mas me tratou como se fosse retardadinha e com muitos "você" pelo meio da desinformação.

Missing link no supermercado

Pi, 10.11.14

No Pingo Doce do Cais do Sodre há uma espécie que eu julgava em extinção: a que por não falar inglês, francês, ou sequer arranhar um portunhol prefere enxotar os turistas.

Uma modalidade praticada, no caso no pronto a comer, é: "hã? Pas-teis de BACALHAU. Não, issé folhados. Sim, fiambre... Hã? 'Tão, bacalhau, peixe! Tá bem, adeus obrigada" (e ao longo de todo o processo o cliente falou em espanhol, dizendo inclusivamente que não percebia e ela só falava mais alto ou mais à bruta).

Outra modalidade é - esta pode acontecer com cidadãos nacionais desde que vagarosos, que vejam mal, e de muita idade - na caixa dar o troco todo em moedas, bufando, e depois desabafar com o cliente seguinte: "atão, eu pedi-lhe 20 cêntimos, ela tinhózali, que eu vi na mão dela!" não assisti a duas nem três situações destas, sempre que lá vou, vejo disto e tento ajudar, como outras pessoas tentam, mas elas ainda olham para nós como se fossemos parvos, como se isso lhes estragasse o plano de expulsão de todo o turista do território Pingodociano, e ainda alguém se lembre - Deus nos livre - de as por a aprender o básico em inglês. 

Eu juro que pensei que esta coisa do "tá em Portugal, fala português" para esconder a ignorância tinha acabado, ou era no mínimo menos gritante, mas não. Não mesmo. 

 

Enviado de Samsung Mobile

Em dia de Alemanha-Brasil

Pi, 08.07.14

Cidadão brasileiro na caixa do supermercado. Senhora portuguesa cumprimenta-o e pergunta:

- então está a preparar-se...

- tem de ser...

-...para ver as duas? 

- que duas? 

- oh! a Angela e a outra. 

- a Ângela? 

- a Merkel e a Dilma!

- ah...

 

Não, pessoas, quem vê o Mundial pelo Mundial não faz este tipo de associação imediatamente. Não é por não saber, é mesmo por não querer. 

 

Enviado de Samsung Mobile

Hoje, no cinema. Fila de trás

Pi, 02.03.14

Jackpot: marido-explica-barra-ensina-esposa-aproveitando-para-se-exibir-para-as-filas-adjacentes com tiradas do tipo "sabes quem é este actor? é o séme xhépáre" (sic) e ao lado senhora-tenta-manter-marido-acordado-e-interessado-com-espantos-e-observações do género "queres ver que o senhor se foi embora? oh." 

Ao intervalo falavam dos personagens com designações básicas e singelas como "o filho da gorda", "a velha", "a outra maluca". Merecem nada, nada.