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Da vida de Pi

Da vida de Pi... nilla. Vivo de ler e escrever. De ler escritas, de escrever leituras, de debater termos e criar frases. Aqui escrevo da vidinha. Vidinha de Pi, é isso.

Da vida de Pi

Da vida de Pi... nilla. Vivo de ler e escrever. De ler escritas, de escrever leituras, de debater termos e criar frases. Aqui escrevo da vidinha. Vidinha de Pi, é isso.

Perdoem-me a piroseira de um post dirigido a alguém na segunda pessoa

Pi, 12.07.16

Em 2004 choraste, e eu, que nunca chorei com a selecção, tive vontade de chorar contigo. "É tão menininho..." pensava, dizia. Nunca te deixei, segui-te sempre, quis saber sempre mais, ver mais. Saber onde podias chegar. Ano após ano. 

Ronaldo.jpgOntem, quando te vi no chão e depois em lágrimas, pensei "não chores. Não chores, que também choro". Voltaste, porque és o maior e não desistes à primeira, não desististe em 12 anos, nunca viraste a cara a tanta ingratidão que se viu e ouviu, não sei quantos teriam essa capacidade, mas tu tens.

Não deu para continuares, e vieram as lágrimas novamente. Porque vives para todos os jogos, mas aqui entre nós, uma final é uma final, e detestas não estar presente.

Depois o momento de um verdadeiro capitão. E deixa-me dizer já aqui que muitas vezes eu disse: "ser capitão é uma pressão de que ele não precisa", e hoje sei por que nunca deixaste de o ser. Cresceste, amadureceste, sabes ser capitão nos momentos cruciais. Quem me conhece sabe como gosto do capitão da Itália e - detesto admitir isto - vê-lo de costas nos penalties dos colegas, quando se apregoavam um grupo unido, custou-me. Podem ser superstições, crendices, pode ter sido para não dar um grito ao Zaza, mas esse gesto ficou-me. No prolongamento vieste dar ânimo a todos, dentro e fora de campo. Abraços, gritos ou sussurros, o capitão estava ali com eles. O mimado, o birrento (atenção, adoro essas pequenas birras), estava ali a dar de si aos restantes.

Mais lágrimas no golo do Éder. És maravilhoso quando choras de alegria. És o maior, o melhor do mundo mesmo a chorar,quero lá saber. Chorei contigo antes, chorei contigo agora.

Quando levantaste a taça, senti as lágrimas chegarem. Talvez por tudo o que ouvi e li de 2004 para cá, em cada europeu e mundial, sempre a mesma conversa, sempre os mesmos argumentos idiotas e ressabiados. Ou talvez me tenha voltado simplesmente a emocionar com Portugal.

Doze anos, esperei 12 anos para te ver ali, assim. E vi. És o maior, meu  ric'menine.

Texto originalmente publicado em És nossa Fé e Delito de Opinião

Da bimby moribunda. Estamos mais ou menos assim

Pi, 29.09.12

Esta manhã hesitei antes de ir confirmar. Para ser sincera, a negação foi tal que só me lembrei a meio da manhã do que aconteceu. 

Lá saltitei ainda cheia de esperança até à cozinha, e experimentei. Raios, nem acende quando ligo a ficha. Nem botão, nada de nada, está sem vida.

Pus-lhe um lenço e estamos de luto até a levar a um apoio técnico perto de mim. 

Estou amuada, pronto. Detesto estragar coisas, e sendo por ter a cabeça na lua, piora um pouco.

 

Eu sei, eu sei que isto é completamente first world problem, e nos tempos que correm eu até vivo num país de terceiro mundo (adoro-te, mas também me cansas Portugal, és o meu marido de bodas de ouro, já me habituei aos teus defeitos e feitio, mas de vez em quando preciso de uma massagem e chá com amigas), mas aborrece-me pronto, parte do meu dia a dia está para ali sem vida e isso maça-me. É isto.

 

*chuta 'ma pedrinha*