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Da vida de Pi

Da vida de Pi... nilla. Vivo de ler e escrever. De ler escritas, de escrever leituras, de debater termos e criar frases. Aqui escrevo da vidinha. Vidinha de Pi, é isso.

Da vida de Pi

Da vida de Pi... nilla. Vivo de ler e escrever. De ler escritas, de escrever leituras, de debater termos e criar frases. Aqui escrevo da vidinha. Vidinha de Pi, é isso.

Ainda a comunicação. Desta feita a Segurança Social

Pi, 17.10.13

Do IEFP nunca tive razão de queixa. Já da Segurança Social não posso dizer o mesmo, estive 4 meses sem receber o que era meu por direito porque alguém introduziu mal uma data e teimavam que tinha sido no IEFP, na minha empresa, na minha cabeça e nos meus sonhos. No fim tinha sido mesmo lá mas ninguém se responsabilizou, ninguém viu e a vidinha continua. Tudo bem. 

Depois veio a saga dos 6% a partir de Janeiro. Todos contribuímos com alguma coisa e os desempregados que já só recebem, primeiro 65%, passados 6 meses 55% do ordenado, passaram a receber 49% do que recebiamos quando estávamos a trabalhar. Todos os impostos a mais são injustos mas permitam que este me toque mais por agora. Vejo birrinhas em todo o lado e o número, o 49% é mais uma, assim não está a maioria do valor do nosso lado, passa por aí. Mas o TC invalidou isto e o valor foi-me (foi-nos) restituído por inteiro em Abril. Tudo bem.

Como este governo (e outros, os outros também tiveram os seus) está cheio de gente muito esperta, redesenhou a medida. E o que eu adoro que redesenhem e me façam de parva... A-do-ro. Ora, medida redesenhadinha e o que se faz na Segurança Social? Não se desconta em Agosto, não se desconta em Setembro, desconta-se em Outubro e... exige-se a devolução de valores retroativos a Julho. Hã? Isto é ou não é brilhante? Isto é ou não é gozar com as pessoas? A carta começa com "informamos que foi apurado, como indevidamente pago, o valor abaixo indicado". E a mim apetece responder "ai foi? tivessem atenção". Isto era o que me diriam se eu não pagasse o que aparentemente devo, se eu faltasse às apresentações quinzenais, se eu não procurasse emprego, enfim, se eu não cumprisse obrigações nenhumas. Eles só têm uma que é fazer as contas como deve ser e mesmo isso fazem mal, mas eu tenho de pagar em 30 dias. 

A comunicação é toda um mimo. Claro que há alternativas. Desde que se justifique muito bem justificadinho que se é muito  pobre, pobrezinho a morrer de fome, e aí talvez - talvez, hã - se possa pagar em prestações. Ou então se se declarar que se recebe um daqueles valores tão indecentes que nem vale a pena falar. 

O resto da carta apresenta alternativas e procedimentos caso queira reclamar, que descontam nas 3 prestações seguintes, o que também me vai dar muito jeito, e ameaças de "cobrança coerciva em processo de execução fiscal" mas isso é só deprimente e não vos vou maçar mais. 

questão aqui não é eu poder ou não poder pagar. Vou pagar - a menos que alguém me diga ou eu veja que há movimento sustentado contra isso - , contrariada e com malabarismos com facturas e outros. A questão é que isto é tudo de uma indecência sem descrição. Desde a medida, ao procedimento da Segurança Social. É tudo de uma falta de consideração pela vida e contas das pessoas que já não tem descrição. Eu não tenho esses 6% de parte a contar com os enganos e apuramentos da Segurança Social. Gostava muito que me sobrasse dinheiro ao fim do mês, mas isso não é simplesmente possível. Sobra-me mês, digamos antes assim.  


Palavrinhadonra que podendo nunca mais na vida quero ser desempregada. Não é vida para ninguém, vão por mim. 

De repente tudo muda

Pi, 25.11.12

A segurança social lá cumpriu ao fim de 5 meses e a bimby voltou a casa. Podiam não estar relacionados os factos, mas até estão.

Era isto. Fiz tanto post dramático de tudo que tinha de cá deixar o final. Já nem sei se descrevi a última ida à segurança social, com o drama e tudo. Valeu bem a pena lá ir e não ficar em casa, reclame-se sempre que for preciso é o que é.

Tive de me expor um bocadinho mais do que qualquer pessoa deseja, mas foi por uma boa -8ou pelo menos justa) causa. tudo porque a senhora que me atendeu achou muito mal eu ter data marcada no Areeiro e estar ali a tirar vez a alguém. Sucede que me assustaram em setembro, tiraram-me o chão em outubro, não ía deixar que me matassem do coração em novembro. E disse-lho "a esta altura, vou a todo o lado. São 4 meses, percebe?" e sim, disse um "percebe" bem irritante. Lá se comoveu e ligou para onde tinha de ligar. No dia seguinte estava resolvido. Valeu ou não a pena lá ter ido? Para mais, o dia que eu tinha marcado para o Areeiro já era depois do processamento de pagamentos, portanto arriscava-me a não receber também em novembro, seria o fim. O cúmulo foi tudo se atrasar por uma data mal introduzida e teimarem comigo que a minha empresa é que o tinha feito mal. Não foi. Mas já passou o pior, adiante.

A suivre, a bimby volta à toca. 

Da vida de Pi. Ponto de situação

Pi, 29.09.12

E em que ponto da minha vida (a de Pi, portanto) começa este blog? Vamos por partes/posts para não cansar.

 

Estou desempregada desde final de junho. Estou, sim. Ao fim de sete anos no mesmo lugar, cinco dos quais à frente a minha equipa, saí. Acontece, e a mim aconteceu. Não me apetece sequer lembrar dos últimos dias, ou o dia em que soube que teria de sair.

Agora vou procurando, e dedico-me ao que gosto e não tinha tempo (ou paciência) para fazer quando estava a trabalhar das 9 às 6 (e mais, claro, já se sabe que 9/6 nunca é só isso) do outro lado da cidade, com uma hora de caminho para cada lado. Eu gostava da minha equipa, e gostava de trabalhar onde trabalhava. Mas o tempo, o tempo desperdiçado entre casa e trabalho, é uma coisa que sempre me atormentou e esgotou. Um dia se tiver de voltar a ser, pois será, mas por agora é assim que estamos de memórias. 

 

Estando sem trabalho, fiz o que se deve fazer. Fui a um centro de emprego inscrever-me e de caminho pedir o subsídio de desemprego a que tenho direito. Eu juro: eu colaboro, faço o que mandam e pedem. Entro no esquema: descontei, tenho direito ao subsídio. Até espero avaliação de critérios e oks e tudo. Entreguei tudo e o centro enviou para a segurança social.

Umas semanas depois liguei para a segurança social para saber se estava tudo bem, e claro, cabeça no ar, nem me lembrei de fechar actividade nas finanças, e por isso que não, ainda não estava tudo ok, tinha de fechar (lógico, tão lógico e tão esquecimento meu que me apeteceu dar uma cabeçada na parede). Lá fechei tudo, paguei o que tinha a pagar.

Dias depois, volto a contactar a SS (deixem-me chamar assim, fica entre nós) e sim senhora, desta feita estava tudo conforme, as espectaculares Finanças passaram a informação correcta e atempadamente. Fiquei tranquila e esperei pelo fim de agosto. Nada. Ok, espero pelo fim de setembro, pode ser que seja o sistema e assim, as coisas têm prazos e tal.

Entretanto, a 13 de setembro saiu sorrateiramente uma carta da SS para minha casa, que recebi uns 4 dias mais tarde, e dizia que eu tinha de provar que não estou a trabalhar. Espectacular. Ora, se em agosto a própria SS me disse que estava tudo certo, isto deve querer dizer que alguém foi de férias com a carta por enviar, e quando voltou retomou o trabalho sem consultar a informação actual. Este é o cenário mais organizado que me ocorre, nem quero pensar muito no que terá acontecido. Bom, novo contacto, que estava tudo bem, que não havia motivo para receber a carta "mas já que recebeu, vou pedir que responda". Pois claro, nem eu pretendo deixar pontas soltas, não se preocupe. Lá enviei tudo, não recebi nada em setembro, claro, e agora aguardo por outubro. Não os vou largar, mas se o que dizem ao telefone não bate certo com a correspondência com vontade própria que por lá paira, não sei muito bem que esperar. Acho que até ao fim do mês estou a calmantes. 

 

O que não funciona de um lado, do outro vai andando. O centro de emprego já me chamou uma vez, faço as apresentações quinzenais pertíssimo de casa, e tenho uma formação a meio de outubro. Tudo deveres, direitos ainda nada. Tudo bem, eu alinho. Espero é começar a receber o subsídio enquanto não tenho um emprego.

 

Irrita-me porque se tudo corresse bem, eu não teria de me sustentar com a indemnização que recebi. Poderia aplicá-la, usá-la para o que me apetecesse. Assim, tem-me pago a renda de casa e as contas de fim do mês. Deprimente, oiça... Se eu pudesse voltar a julho e pressionar de forma a que tudo fosse diferente, era o que fazia. Mas não se pode, avancemos.

 

Pronto, está feito o post mais sério do início do blog. Espero ter boas notícias no fim do mês, não está fácil agora. 

Segue-se o lado mais cor de rosa destes meses.