Voltei a casa. Só eu sei.
(Este post ficou nos rascunhos a 7 de Agosto e depois nunca mais me lembrei dele. Mas até é um bom - mau - dia para o publicar)
Desde pelo menos os meus 14 ou 15 anos nunca tinha estado tanto tempo sem ir a um estádio de futebol. Já fui mais vezes, já fui menos, voltei a ser assídua e de repente... 17 meses sem poder entrar num estádio, ver futebol exclusivamente na TV.
Voltei a casa, Alvalade é também casa minha, é onde já fui feliz, infeliz, mas onde sempre partilhei essas angústiias e euforias, onde quem como eu, também o faz. Ali sabíamos o que sentimos e não nos julgávamos. Fez-me falta, muita, por vários motivos, é um destino que me é muito familiar no dia a dia, e numa época como a que passou então... continuo a só ter memórias do Sporting campeão no estádio antigo. Não me queixo, foi como teve de ser.
Não fomos muitos, longe de sermos todos, ainda sem perspectiva de podermos ser mais ou sem máscaras, testes e comprovativos. Não fomos sequer nos lugares de sempre, por um motivo ou outro. Mas fomos os que fomos.
Um regresso com 3 - 0 frente ao Vizela, para assinalar em bom. Melhor volta a casa depois do úlltimo ano e meio seria difícil.
De volta a 16 de Setembro:
ontem não pude ir ao estádio, não tenho podido ir ultimamente. E aos 0-2, a primeira coisa que me passou pela cabeça foi: "não ficar em casa, não ficar em casa n-ã-o f-i-c-a-r e-m c-a-s-a!" Como? Quem gosta de sofrer? Quem não preferia não ter gasto dinheiro para ver uma tragédia? Eu. A minha cabeça não sai dali naquelas quase duas horas, nem nas horas a seguir. Mais vale passar o jogo onde e com quem sente o mesmo que eu. No 1-4 pensei - e escrevi algures - "bom, temos de ceifar um ou dois", não se diga que não tenho estratégia.
Senti as palmas no fim. Há muitas emoções no ar ainda, há quem tenha regressado ontem pela primeira vez desde 2020, há o que cada um entender. A mim emocionaram aquelas palmas, em caras tristes, deixem-me cá.