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Da vida de Pi

Da vida de Pi... nilla. Vivo de ler e escrever. De ler escritas, de escrever leituras, de debater termos e criar frases. Aqui escrevo da vidinha. Vidinha de Pi, é isso.

Da vida de Pi

Da vida de Pi... nilla. Vivo de ler e escrever. De ler escritas, de escrever leituras, de debater termos e criar frases. Aqui escrevo da vidinha. Vidinha de Pi, é isso.

Acompanhar a estrelinha

Pi, 20.11.23

Post originalmente escrito para o És a Nossa Fé.

Deixem-me cá escrever, que os meses passam, não sabemos o que vem por aí e depois não me lembro, ou tenho pena de não deixar registos.

É a busca de emoções que me leva ao estádio e ao pavilhão, é o Sporting com tudo que contém. São as referências, da época ou de anos, o culto, hábitos e superstições ("a ola dá golo dos outros"). São golos e memórias de jogadores, as homenagens, os minutos de silêncio, tudo isto também emoção. 

Durante os jogos de futebol no estádio, gosto de acompanhar os cânticos, de os conhecer, rir com alguns, estar solidária com outros, e enquanto os canto não roo as unhas. Desde criança sempre gostei de saber o que se canta em Alvalade. Alguns acompanham-nos desde pelo menos os meus anos de adolescente - e já lá vão trinta -, outros são mais recentes, mas marcaram o seu tempo. Como esquecer que "Só eu sei por que não fico em casa", tão verdadeiro e sentido, para bem e para menos bem, que surgiu depois de tantos anos sem um campeonato. Só nós sabemos, pois.

Mas o que me traz hoje, voltei a ouvir domingo passado, vindo da superior norte, cantado por mais gente do que julguei sabê-lo. Levou-me a um passado recente, em que estávamos desta vez sim, em casa, não de livre vontade, a ver a nossa equipa sénior masculina triunfar semana após semana, "de três em três a somar", quando nasceu o "onde vai um vão todos" e a bendita "estrelinha a acompanhar". Foi muito bem conseguido e ao ouvi-lo agora ali viajei até essa altura, em que ver o Sporting, mais uma vez, foi, mais que um consolo, uma alegria, nesses dias que demoravam a passar.

Nós não sabemos, estamos ainda em Novembro, mas se não é neste estádio (ou onde jogue o Sporting) que se canta a esperança interminável, não sei onde será.

Deixo a letra:

Allez allez Sporting allez
De 3 em 3 a somar
Onde vai um vão todos
E a estrelinha a acompanhar
Façam-nos acreditar
Que no fim vamos vencer
Onde vai um vão todos
Vamos sem nada a temer

 

PS: quem não quer não canta, é simples.

Voltei a casa. Só eu sei.

Pi, 16.09.21

(Este post ficou nos rascunhos a 7 de Agosto e depois nunca mais me lembrei dele. Mas até é um bom - mau - dia para o publicar)

Desde pelo menos os meus 14 ou 15 anos nunca tinha estado tanto tempo sem ir a um estádio de futebol. Já fui mais vezes, já fui menos, voltei a ser assídua e de repente... 17 meses sem poder entrar num estádio, ver futebol exclusivamente na TV.

Voltei a casa, Alvalade é também casa minha, é onde já fui feliz, infeliz, mas onde sempre partilhei essas angústiias e euforias, onde quem como eu, também o faz. Ali sabíamos o que sentimos e não nos julgávamos. Fez-me falta, muita, por vários motivos, é um destino que me é muito familiar no dia a dia, e numa época como a que passou então... continuo a só ter memórias do Sporting campeão no estádio antigo. Não me queixo, foi como teve de ser.

Não fomos muitos, longe de sermos todos, ainda sem perspectiva de podermos ser mais ou sem máscaras, testes e comprovativos. Não fomos sequer nos lugares de sempre, por um motivo ou outro. Mas fomos os que fomos. 
Um regresso com 3 - 0 frente ao Vizela, para assinalar em bom. Melhor volta a casa depois do úlltimo ano e meio seria difícil.

De volta a 16 de Setembro:

ontem não pude ir ao estádio, não tenho podido ir ultimamente. E aos 0-2, a primeira coisa que me passou pela cabeça foi: "não ficar em casa, não ficar em casa n-ã-o f-i-c-a-r e-m c-a-s-a!" Como? Quem gosta de sofrer? Quem não preferia não ter gasto dinheiro para ver uma tragédia? Eu. A minha cabeça não sai dali naquelas quase duas horas, nem nas horas a seguir. Mais vale passar o jogo onde e com quem sente o mesmo que eu. No 1-4 pensei - e escrevi algures - "bom, temos de ceifar um ou dois", não se diga que não tenho estratégia.

Senti as palmas no fim. Há muitas emoções no ar ainda, há quem tenha regressado ontem pela primeira vez desde 2020, há o que cada um entender. A mim emocionaram aquelas palmas, em caras tristes, deixem-me cá.

O muuuun...do sabe que

Pi, 01.07.15

Pluteu (como diz o Dinis) amor... eu sou doente 

 

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Não sei se o mundo sabe, não é importante. Tu sabes e eu sei. 

Tu sabes que não estou sempre de olhos postos em ti, não sei tudo, não acompanho todos. Sou assim. 

Não te escrevo juras de amor, promessas inflamadas, e outros. Não somos assim. Eu e tu, digo. 

Sabes que me distraio às vezes mas estou sempre aqui.

109 para 38, com 23 de sócia. Juntos mazé. 

Sporting

Só assim.

 

Crónica da - literalmente - bancada

Pi, 31.05.15

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Primeira parte e os 2-0

Penalty, expulsão. Nervos.

Segundo golo. Mais nervos. O que é isto? Onde nos enganámos? Acordem! Façam faltas, corram, não percam a bola!

Calor. O escaldão Jamor, um clássico. Vespas e abelhas. Invadimos o espaço delas uma vez por ano.

Pela bancada: 

"Este Slimani corre mais que os outros todos, que deviam e não correm."

"William, não vás à bola, não é preciso!"

"Já fomos."

"Não pode ser. 'BORA SPOOOORTIIIING!"

O senhor atrás de mim está muito nervoso com o árbitro.

Segunda parte

Eu, gritinhos e guinchinhos. Acredito em tudo e sempre. Mas nervos, imensos.

Bancada quase à sombra. Já não há vespas nem abelhas.

Pela bancada: 

"sai Carrillo, já nem devias ter entrado na segunda parte. Bora Mané!"

Gente a sair do estádio. 

Um miudo grita: "Isto é o Sporting! o Sporting é quem cá fica!"

O senhor atrás de mim vai ter uma coisa má se continua a enervar-se assim com o árbitro.Também revela, com alguma violência, ódio por Sérgio Conceição. Não sei se o coração dele aguenta até ao fim.

O Sporting empata. Bom. Mais nervos. Mas muito bom. 

Loucura com o empate, cumprimentos, saltos e cantar. O rapaz ao meu lado é o primeiro desconhecido que me inclui nos seus abraços neste jogo. 

Gente a voltar ao estádio. 

 

Prolongamento

Eu, gritinhos e guinchinhos. Canto para distrair a nervoseira. 

Pela bancada: 

"Epá, ó Slimani, não corres nada."

"William, não vás à bola, não é preciso!"

"Sai Mané, jogas nada" 

"O Patrício está a coxear, vais aos penalties sem guarda-redes."

"Mata já isto, Sporting!" 

O senhor atrás de mim continua na sua cruzada. Ainda morre. 

 

Penalties

Baliza de lá. Calma.

Festejos contidos a cada penalty marcado ou falhado. Nervos até ao último.

Ganhámos! Euforia, saltos, gritos, palmas, abraços. Uma lagriminha. 

Uma senhora atrás de mim, puxa-me para ela e dá-me um beijo. Rimos. 

Um rapaz à minha frente puxa-me e abraça-me.

Bancada do Braga fica vazia. Mais uma equipa que recebe as medalhas quase sem adeptos no estádio. Deviamos rever isto, digo eu.

O senhor atrás de mim sobreviveu. Sobrevivemos todos. 

A Taça é nossa! E o Sporting é mesmo o nosso grande amor. 

Sagres. Go full retard

Pi, 17.02.15
No Tropic Thunder o conselho para representar é "don't go full retard" (se não viram vejam). Em humor aplica-se o contrário, não se pode ficar pelo meio termo, pelo "assim pode ser que passe", e a Sagres ficou. Pelo menos na qualidade do vídeo, que parece uma coisa feita muito à pressa e básica. Mas pode ser por ser do Sporting quenão vejo a estonteante genialidade da coisa, assumo tudo. Não me ofendeu nem me surpreendeu. Se a Sagres escolhe lados e guerrilhas, e arca com as consequências, é-me indiferente. Mas para isto tudo preferia que fosse um vídeo inesquecível e eu já não me lembro do que vi.

Houve um frango no jogo? Houve houve (já li por aí que "não foi frango!!! Foi um erro!!!!", para o caso é indiferente, o vídeo foi para as massas não foi para os entendidos e rigorosos, vamos a acalmar), e todos vimos que até podia ter havido dois. Por mais que o coração me tenha quase fugido pela boca na altura, não me custa assumir isso.

O circo em volta é o do costume e faz parte. Como faz parte não me apetecer acompanhar. 

Eu não deixei de beber Pepsi e na altura até reconheci algum arrojo à marca, tentei ver como uma brincadeira - embora o atropelo com o comboio, vá, me tenha feito alguma confusão, mas admito que seja de mim, afinal era o ric'menine ali em voodoo doll. 

Estou cansada. O que eu queria mesmo era que não tivesse existido aquele golo, com ou sem vídeo. Com ou sem frango. Ou erro. Deixem-me. 

 

Ah, quanto aos Charlies:

 

Ser Charlie não é rir de tudo, é só não matar quem não nos faz rir. Fácil.

Ontem. Noé

Pi, 20.04.14
Gostei gostei. Ainda vou confirmar umas coisas, não porque faça o meu género contrapor e dizer factos em filmes, apenas para não misturar filme e Bíblia na minha cabeça. Mas gostei do filme, um Noé mais dark do que o contado às crianças. 

Mas ontem fui vê-lo pelas 21:30, já o Sporting assegurara a entrada directa na Liga dos Campeões, um ano depois da pior época de sempre. No escuro não se via mas sei que estive com cara de quem está na Champions o tempo todo. 

Enviado de Samsung Mobile

Este post tinha de chegar

Pi, 04.10.12

Não há blog meu sem menção ao meu clube, é mais forte que eu.

(%$&$#&$#%$ se eu percebi que $&%#$%&#$$ se passou ali hoje %#$&#$&)

Sim, sou do Sporting e até já sei do que a casa gasta, não conto com jogos ganhos à partida. Se digo que estou nervosa antes de um jogo sei bem do que falo, já vi suficientes para saber que tudo pode acontecer. Mas hoje nem tenho reacção, foi o cair no abismo que tanta gente já previra.  

(&#%$&$$# raizuspartam mais o $%$&$& se não é um é outro)

E eu, eu tenho sempre esperança "ah, pode ser que não seja tão mau assim..." e depois... depois o Sá Pinto não leva Elias, Capel nem Carrillo, tira o Rinaudo, e eu acabo enterrada no sofá, amuada, a desejar um reset a tudo.